Jesus cura o cego de nascença. A cegueira, naquele tempo, assim como a lepra e demais enfermidades, era vista como uma maldição divina, um castigo justo para os pecados cometidos, seja pelo cego, seja por seus antepassados. Para Jesus não importa os pecados daquele homem ou de seus antepassados. Para Jesus, é essencial o fato dele não poder ver. Portanto, Jesus se preocupa com a situação daquele homem e toma a iniciativa de curá-lo.
Esta cura se dá em dia de sábado, o que era proibido pela Lei de Moisés. Jesus também não se importa com este fato, pois para Ele o sábado era para o homem e não o homem para o sábado. Portanto, para Jesus, o essencial naquele momento era o homem e sua necessidade, no caso, a necessidade de poder ver. E Jesus cura quele homem cego. Vai ao encontro de sua enfermidade e lhe devolve, com a visão, a sua dignidade: ele pode enxergar de novo, ele pode trabalhar de novo, ele pode voltar para sua casa e sua família.
Nossa cegueira vai além de alguma enfermidade visual que possamos ter. Ela pode ser uma cegueira física, como a do homem do Evangelho. Mas pode ser qualquer situação que vivamos e que nos impeça de enxergar as coisas ao nosso redor com clareza e discernimento. Às vezes, o pecado causa este tipo de cegueira e, com isso, perdemos a possibilidade de fazermos escolhas que nos conduzam à vida. Quando fazemos escolhas sem o discernimento correto, perdemos a luz da razão e agimos como cegos, sem senso de direção e sem o conhecimento do caminho a tomar.
O Tempo da Quaresma é um Tempo de pedir ao Senhor que abra os nossos olhos sempre que tivermos que tomar decisões ou fazer escolhas e, que pela luz do Seu Santo Espírito possamos ser iluminados no caminho da vida.