Estive agora celebrando a Santa Missa na Comunidade do Coração de Maria. Lá chegando, um rapaz, drogado, quase que totalmente bêbado, estava me esperando na Capela para me pedir dinheiro. Eu o conhecia da Fazenda Vida Nova. Eu disse que, talvez, no fim da Missa eu tivesse algum trocado. Ele ficou esperando. Passei a Missa inteira tenso, tremendamente desconfortável. "E se ele me assaltar?", pensava. Como deveria ser a minha reação diante dele? No fim da Missa, dei três reais para ele e mandei-o embora...
O desconforto que foi crescendo em mim não foi pelo medo de ser assaltado, mas pela constatação de que ele me incomodava por ser pobre, por ser excluído, por estar maltrapilho... Justamente na Festa de São Vicente de Paulo, doeu constatar que os pobres, os drogados, os mendigos e os excluídos me incomodam por serem do jeito que são. Descobri que me é muito mais reconfortante lidar com pessoas saudáveis, limpas, bonitas e simpáticas do que lidar com aqueles que se assemelham a Jesus Abandonado.
Que mico, Padre Gil! O senhor precisa se converter aos pobres, para ver neles a presença de Jesus...