Muitos, quando começam a ler o Documento de Aparecida, ficam angustiados com relação às novidades que ele apresenta, especialmente quando ele trata do tema "Paróquias". O sistema paroquial é quanse tão antigo quanto a Igreja, existindo já nos primeiros séculos do cristianismo, quanso este se deslocou das cidades para a zona rural. Sempre esteve relacionado a uma área geográfica, confiada a um ou mais presbíteros (padres), que tinhama função de pregar a Palavra de Deus, administrar os Sacramentos e coordenar a ação pastoral, em nome do bispo.
Somente neste último século, com o processo de crescente urbanização, a Igreja passou a dar uma atenção mais efetiva ao mundo da cidade. As grande metrópoles e o crescente fenômeno das periferias, fez com que as Paróquias tivessem que se readequar às novas realidades. Por isso, o Documento de Aparecida trata da necessidade de uma nova forma de se viver e de se administrar as Paróquias. O número 173 do Documento propõe que as Paróquias possam se tornar cada vez mais missionárias, uma vez que o número dos frequentadores de nossas Igrejas é cada vez mais escasso. É necessário que se aja com criatividade, de forma que possamos chegar a todos os que precisam receber a proposta do Evangelho.
Outra proposta audaciosa que Aparecida nos faz é a de tornar as Paróquias "comunidades de comunidades" (DA 309), ou seja, retomar com uma nova roupagem a proposta das Comunidades Eclesiais de Base, que foram tão atuantes em nosso continente décadas atrás e que ainda existem em diferentes lugares e cidades. Estas pequenas comunidades deverão ser fruto de uma "setorização" da paróquia (DA 372), que provoque o surgimento de novas lideranças e de novos grupos. O termo "estruturas caducas", presente no Documento nos encoraja a sair em busca de novas modalidades de Evangelização e constante processo de aperfeiçoamento de nós, padres e das lideranças existentes em nossas Dioceses.
O Projeto Missionário Diocesano, existente na Diocese do Rio Grande desde 1996 tem procurado ser uma resposta (até mesmo antecipada...) para os desafios elencados pelos bispos em Aparecida. Muito pouco temos conseguido fazer, porque somos acomodados e medrosos. É necessário para a nossa Diocese um "Novo Pentecostes Missionário", que nos ajude a ir ao encontro das novas populações de nossas cidades, para acolhê-las, amá-las, como Cristo as acolhe e ama, afinal, esta é a tarefa e a missão de toda a Igreja.