Ontem assistimos aqui em casa o filme "O escafandro e a borboleta", sobre um editor de uma famosa revista francesa, de 42 anos, que fica totalmente paralisado, após um terrível AVC, comunicando-se somente por um olho. Ele, mesmo nessa situação, consegue escrever um livro. Não curto muito ver esse tipo de situação e prefiro filmes leves, de preferência comédias. Mas, a incrível lição de vida desse homem nos ajuda a refletir sobre muitas coisas que preferimos ignorar.
A primeira delas consiste em percebermos a finitude humana. Podemos ter tudo: dinheiro, poder, saúde, beleza, status, mas de repente tudo pode ruir e ficarmos reduzidos a praticamente nada. Certa vez um jovem me disse que, se um dia, ficasse doente e impossibilitado de continuar a ter uma vida "normal", ele se mataria. Esta chocante reflexão dele me fez perceber que não estamos preparados para a cruz e a dor. Dor sem cruz é desespero sem sentido.
A segunda reflexão é sobre ter projetos de vida que se adaptem às circunstâncias em que vivemos. O personagem do filme conseguiu superar sua terrível situação através de um ideal que o fez ter forças para continuar vivendo. Tanto é que morreu apenas uma semana após a publicação do seu livro.
A terceira reflexão é sobre o atendimento aos enfermos, para mim uma dificuldade tremenda. Amar os doentes é amar Jesus abandonado e sofredor.