Puxa vida! Cerca de um mês e meio sem uma única postagem! De fato, não foi falta de assunto, pois muitas coisas bonitas aconteceram nesse período. Acontecimentos e fotos, que mereceriam ser postadas, mas... sempre tem um mas... e o tempo que vivo atualmente não tem sido dos mais agradáveis, na medida em que enfrento, já faz tempo, o chamado demônio meridiano. Essa fase, que já venho sentindo há anos, não havia ainda sido interpretada dessa maneira. Esse tempo, que surge na meia idade, afeta de um modo específico quem é padre, religioso(a) ou consagrado(a), que procura viver de modo fiel à sua vocação. Descobri outro dia isso, lendo um livro, que tenho desde os tempos de seminarista e que nunca tinha lido.
Na primeira metade de nossa vida (até cerca de 40 anos), temos totalmente saúde, energia, força para fazer todas as tarefas que nos são propostas. A própria vivência da vocação se dá de um modo praticamente natural, sem grandes esforços. O fato de sermos jovens atrai as pessoas e isso aumenta a nossa auto-estima. Ao chegar a fase dos 40 anos, estamos no meio dia da nossa vida (daí o nome demônio meridiano ou demônio do meio-dia). A partir dessa fase, inicia um caminho descendente, ou seja, começa a haver um declínio em todos os sentidos: na saúde física e emocional, na energia em realizar as atividades necessárias, que diminui e também começamos a perceber no horizonte o fim da vida.
Ao mesmo tempo em que enfrentamos tudo isso, chega-se ao meio caminho na vivência do sacerdócio ministerial. Em janeiro próximo estarei celebrando 20 anos de padre. Após esse tempo, a pergunta que muitas vezes faço é: “Valeu a pena?” Valeu a pena todo esse tempo dedicado? Valeu a pena abrir mão de constituir família e a possibilidade de fazer alguma carreira mais “rentável”, para, na pobreza, nos trabalhos e na solidão, servir e amar sabendo que na maioria das vezes não teremos retorno ou compensação? Todas essas perguntas muitas vezes passam pela minha cabeça e meu coração. Porém deixo claro: jamais passou pela minha cabeça deixar o ministério ou abandonar o barco! A tentação do demônio meridiano consiste em deixar a vida seguir, sem sal, sem luz, sem entusiasmo. Fazer aquele “basicão”, sem o “plus” que às vezes é tão necessário na vida do padre e que sempre procurei ter como característica. Tenho procurado fazer bem todas as coisas, mas muitas vezes por meio de um imenso esforço e com um tremendo cansaço. Graças a Deus, a Missa é, para mim, a maior fonte de Graça, que me fortalece mesmo nos momentos mais difíceis.
Fiz questão de partilhar essa descoberta e esses momentos que vivo. São momentos difíceis, mas que fazem parte da vida do padre e, por isso mesmo, são momentos belos e enriquecedores. Assim vocês podem descobrir que o padre é alguém humano, que passa pelas crises que qualquer ser humano passa na sua existência e que vai vivendo sob luzes e sombras, crescendo e declinando, na direção da velhice e da morte. Espero que essa partilha ajude vocês a entender e a entender-se, uma vez que todos nós enfrentamos ou enfrentaremos, mais cedo ou mais tarde, o demônio meridiano. O melhor exorcismo para esse demônio é a oração confiante diante de Deus e o alimento da Eucaristia e da Palavra de Deus. Que possamos exorcizá-lo para encontrar, em Deus, a nossa Paz!
Na primeira metade de nossa vida (até cerca de 40 anos), temos totalmente saúde, energia, força para fazer todas as tarefas que nos são propostas. A própria vivência da vocação se dá de um modo praticamente natural, sem grandes esforços. O fato de sermos jovens atrai as pessoas e isso aumenta a nossa auto-estima. Ao chegar a fase dos 40 anos, estamos no meio dia da nossa vida (daí o nome demônio meridiano ou demônio do meio-dia). A partir dessa fase, inicia um caminho descendente, ou seja, começa a haver um declínio em todos os sentidos: na saúde física e emocional, na energia em realizar as atividades necessárias, que diminui e também começamos a perceber no horizonte o fim da vida.
Ao mesmo tempo em que enfrentamos tudo isso, chega-se ao meio caminho na vivência do sacerdócio ministerial. Em janeiro próximo estarei celebrando 20 anos de padre. Após esse tempo, a pergunta que muitas vezes faço é: “Valeu a pena?” Valeu a pena todo esse tempo dedicado? Valeu a pena abrir mão de constituir família e a possibilidade de fazer alguma carreira mais “rentável”, para, na pobreza, nos trabalhos e na solidão, servir e amar sabendo que na maioria das vezes não teremos retorno ou compensação? Todas essas perguntas muitas vezes passam pela minha cabeça e meu coração. Porém deixo claro: jamais passou pela minha cabeça deixar o ministério ou abandonar o barco! A tentação do demônio meridiano consiste em deixar a vida seguir, sem sal, sem luz, sem entusiasmo. Fazer aquele “basicão”, sem o “plus” que às vezes é tão necessário na vida do padre e que sempre procurei ter como característica. Tenho procurado fazer bem todas as coisas, mas muitas vezes por meio de um imenso esforço e com um tremendo cansaço. Graças a Deus, a Missa é, para mim, a maior fonte de Graça, que me fortalece mesmo nos momentos mais difíceis.
Fiz questão de partilhar essa descoberta e esses momentos que vivo. São momentos difíceis, mas que fazem parte da vida do padre e, por isso mesmo, são momentos belos e enriquecedores. Assim vocês podem descobrir que o padre é alguém humano, que passa pelas crises que qualquer ser humano passa na sua existência e que vai vivendo sob luzes e sombras, crescendo e declinando, na direção da velhice e da morte. Espero que essa partilha ajude vocês a entender e a entender-se, uma vez que todos nós enfrentamos ou enfrentaremos, mais cedo ou mais tarde, o demônio meridiano. O melhor exorcismo para esse demônio é a oração confiante diante de Deus e o alimento da Eucaristia e da Palavra de Deus. Que possamos exorcizá-lo para encontrar, em Deus, a nossa Paz!