quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Fim do Projeto Missionário Diocesano

No ano de 2005 gestei no meu coração e no meu ministério o Projeto Missionário Diocesano, Projeto este que visava duas coisas: primeiro, criar na diocese um espírito e uma alma missionária; segundo, criar um trabalho missionário na área compreendida entre o trevo e o pórtico de entrada na cidade do Rio Grande, com o surgimento de doze Núcleos Missionários, que se tornariam embriões de novas comunidades eclesiais. Quatro anos se passaram e hoje o Projeto Missionário chegou ao seu fim, com o surgimento de uma nova Rede de Comunidades, que ficarão a cargo do Pe. Gianni Menegazzi, PSDP, transferido da Catedral para lá. É claro que essa mudança significa um salto de qualidade no atendimento das comunidades daquela área. E temos consciência de que isso significa a frutificação de sementes que lançamos durante esse tempo. Louvo e agradeço a Deus pelos frutos do PMD! Com isso, termina definitivamente uma etapa do meu ministério. Continuaremos trabalhando na Prioridade da Missionariedade, levando mais a sério a organização do COMIDI (Conselho Missionário Diocesano).

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Viver em relação

A alegria de estar em contato com outras pessoas é a grande característica do ministério presbiteral. Hoje, desde a metade da tarde, estive sempre com a casa cheia de jovens e adultos, seja para tomar chimarrão, seja para bater um bom papo, seja para confissões e aconselhamento. Viver com os outros e para os outros deve ser algo a ser buscado constantemente, pois com isso eu me humanizo enquanto pessoa e posso ser uma presença pastoral para eles, através da acolhida e da escuta atenta.
Como Padre tenho experimentado sempre essa proximidade das pessoas na minha vida. Desde Santa Vitória do Palmar, nos longínquos anos de 1991/92, ter a casa cheia foi característica do meu ministério e aqui não está sendo diferente. Gosto daqueles que gostam de mim, da minha companhia e do meu carinho. Não é apenas uma relação "profissional", mas de ternura e amizade; uma relação quase que de pai e filhos. A gente perde um pouco da privacidade, é verdade, mas os ganhos são infinitamente maiores.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Ah, o inverno!!!!!

Como postei no Twitter, o bom do verão é saber que a cada dia que passa, o inverno se aproxima. De fato, curto muito o inverno, na mesma proporção com que detesto o verão. No inverno, a gente consegue conservar a dignidade, sem ficar suando feito um porco; a gente consegue se vestir legal, com boas roupas, que nos conferem um certo charme, enquanto que no verão, se fosse possível andar totalmente desnudo, assim seria. com as roupas de verão, todos os nossos defeitos físicos ficam à mostra e todas a nossa barriguinha, pelancas, assim como celulites e estrias ficam em destaque. No inverno dá gosto acordar bem cedinho e curtir o dia ainda escuro, com um bom chimarrão, ler um bom livro, tomar chocolate quente ou ainda café preto passado, com cognac... Sem contar que, pastoralmente, o verão mata todos os projetos e vida eclesial, pois todos querem descansar à beira mar, sem fazer nada... Portanto, que venha (e logo!) o tão sonhado, esperado e almejado inverno!!!!!

A vivência cristã

O cristianismo não pode ser algo de fachada, de verniz. Precisa ser vivido na sua intensidade e totalidade, porque senão vai nos conduzindo por um caminho de hipocrisia. Somente consegue dar este passo aqueles que, como Paulo, passam pela experiência do encontro pessoal com Jesus Ressuscitado. Viver um cristianismo de fachada e uma vida diferente daquilo que se diz acreditar torna a pessoa causa de escândalo para o mundo e a joga num inferno interior de uma vida sem sentido. O mundo olha com grande interesse para o testemunho dos cristãos. Este é o maior meio de evangelizar: por meio da nossa vida e da nossa santidade.

domingo, 24 de janeiro de 2010

A lavagem da escadaria do Bom Fim

Ontem tivemos aqui a "Lavagem da Escadaria do Bom Fim", feita pelos umbandistas de nossa cidade. Infelizmente, bem na hora, eu tinha uma festa de formatura e não foi possível assistir. A lavagem da escadaria (grande escadaria, de apenas dois degraus...) é uma tradição antiquíssima do nosso povo de origem africana e deve ser vista com respeito. A beleza estética das religiões africanas, suas vestes e músicas, é algo indescritível, como fenômeno religioso e antropológico. Nossos ancestrais portugueses têm para com os negros uma dívida que jamais vai ser paga, uma vez que foram trazidos para o Brasil como bichos, numa situação de escravidão, sem direito a nada, nem à liberdade. E até hoje os descendentes dos escravos vivem muitas vezes em condições sociais muito precárias.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Dom Beriot Charles e a Eucaristia

Durante a madrugada de terça para quarta-feira, equipes de resgate encontraram o corpo sem vida de Dom Beriot Charles, vicário geral da arquidiocese de Porto Príncipe.

Segundo informa o padre Antonio Sandoval, coordenador regional de Cáritas Latino-americana e do Caribe desde a capital haitiana, “no momento de seu resgate, o monsenhor segurava na mão um relicário com uma hóstia dentro. A todo o momento, o Senhor o acompanhou em seu caminho até Ele”. (Fonte: Zenit)

Para mim, esta notícia foi algo emocionante, por nos possibilitar testemunhar o amor pela Eucaristia até o martírio. O zelo demonstrado, o cuidado pelo Senhor, o amor eucarístico, talvez tenha sido a causa de sua morte. O amor foi maior do que o instinto de sobrevivência: ao tentar resgatar o Santíssimo (provavelmente estaria ele rezando no momento do terremoto), perdeu ele a sua vida. O seu corpo foi cuidado por Aquele de quem ele cuidou e por quem ele deu a sua vida.

Sou apaixonado pela Eucaristia. Ontem mesmo participava da segunda noite da Tenda do Senhor, onde Jesus Eucarístico era adorado em plena Avenida Rio Grande, na praia do Cassino. Tive a oportunidade de dar essa notícia e de falar da necessidade de sermos adoradores de Jesus na Eucaristia. Se, por um lado, vejo na nossa juventude, muitos sinais de pecado e de morte, por outro lado, percebo em muitos outros sinais de verdadeiro amor por Jesus Eucarístico e grande adoradores.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

"prá levarmos ao mundo a alegria e a viva mensagem do Salvador..."

Hoje a Igreja celebra São Vicente, Mártir. Também celebra a memória de São Vicente Pallotti, fundador da Sociedade do Apostolado Católico. Eu morei e estudei com os Palotinos, nos anos de 1985/86, para cursar a Filosofia no Colégio Máximo Palotino, em Santa Maria. Tenho até hoje boas recordações dos tempos de lá e grande carinho pelos Palotinos e sempre faço questão de, neste dia, celebrar a memória de São Vicente Pallotti. Agora, pela manhã eu me recordava, com carinho e saudades, de uma música belíssima, que cantávamos naqueles anos:
"Somos um grupo de almas vibrantes que a todo instante procura o amor. Caminhando, buscando o destino de ser palotinos com Nosso Senhor. Prá levarmos ao mundo a alegria e a viva mensagem do Salvador. que a Igreja seja com Maria um só Rebanho e um só Pastor. Venham todos cantar numa só voz, a alegria que está no coração de todos nós!"
Alma vibrante... esse termo deu muito pano prá manga em minha meditação esta manhã. Ter alma vibrante é o segredo para exercer o ministério presbiteral. Vibrar com o Reino, com as coisas do Reino, com os valores do Reino. Se, como Padre, eu for alguém que vibra, serei alguém que contagia com essa vibração, e que faz com que as pessoas e estruturas ao seu redor sejam também contagiadas e vibrantes. Quando eu vejo alguém que Deus me confiou seguindo caminhos distantes daquilo que é cristão, antes mesmo de balançar a cabeça e de dizer: "psss... que lástima...", procuro fazer um bom exame de consciência, para saber se eu estou sendo vibrante com a causa do Reino e estou entusiasmando os outros pela paixão para com as coisas de Deus. Aí, então, em vez de condenar, como fez o filho mais velho da parábola aquela, vou conduzindo, pela alegria e pelo entusiasmo, de volta aos braços do Pai.
Vicente Pallotti é o mais ardoroso defensor da idéia do Apostolado Católico, que envolva todos os fiéis batizados. Suas idéias anteciparam em mais de um século os ensinamentos do Concílio Vaticano II, especialmente da Lumen Gentium. Espero conseguir transmitir aos meus paroquianos os valores revolucionários do Concílio, visando uma maior e mais efetiva participação de todos os católicos na vida e ministério da nossa Igreja local.

Insônia...


Eis uma coisa que não me acontecia há tempos: acordar de madrugada e perder o sono. Nem posso chamar isto de insônia, pois na verdade fui para a cama cansado às 21h30min. Portanto, foram cinco horas de um bom sono. Aprendi há anos que o acordar de madrugada pode ser um chamado de Deus para rezar um pouco mais, por alguma intenção especial. Depois de preparar um bom chimarrão, vou à Igreja colocar-me à disposição do que Deus quer.

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O informativo "Sou bonfa" está quase pronto. Já temos praticamente todos os patrocinadores e a logomarca, feita pelo Braian Schwarz, de Santa Maria, ficou excelente. Entretanto, ficou uma dúvida, já solucionada: qual seria a grafia correta do nome da Paróquia? Bonfim ou Bom Fim? Após consultas a antigos paroquianos, descobriu-se que o correto é "Bom Fim", com "m" e separado. Já contatei o Braian para corrigir a grafia. Talvez no jornal de fevereiro ainda saia "Bonfim", mas logo, logo, aparecerá da forma correta. Esta logo será utilizada para o Informativo, bem como para a confecção de camisetas e adesivos para carro...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O escafandro e a borboleta

Ontem assistimos aqui em casa o filme "O escafandro e a borboleta", sobre um editor de uma famosa revista francesa, de 42 anos, que fica totalmente paralisado, após um terrível AVC, comunicando-se somente por um olho. Ele, mesmo nessa situação, consegue escrever um livro. Não curto muito ver esse tipo de situação e prefiro filmes leves, de preferência comédias. Mas, a incrível lição de vida desse homem nos ajuda a refletir sobre muitas coisas que preferimos ignorar.
A primeira delas consiste em percebermos a finitude humana. Podemos ter tudo: dinheiro, poder, saúde, beleza, status, mas de repente tudo pode ruir e ficarmos reduzidos a praticamente nada. Certa vez um jovem me disse que, se um dia, ficasse doente e impossibilitado de continuar a ter uma vida "normal", ele se mataria. Esta chocante reflexão dele me fez perceber que não estamos preparados para a cruz e a dor. Dor sem cruz é desespero sem sentido.
A segunda reflexão é sobre ter projetos de vida que se adaptem às circunstâncias em que vivemos. O personagem do filme conseguiu superar sua terrível situação através de um ideal que o fez ter forças para continuar vivendo. Tanto é que morreu apenas uma semana após a publicação do seu livro.
A terceira reflexão é sobre o atendimento aos enfermos, para mim uma dificuldade tremenda. Amar os doentes é amar Jesus abandonado e sofredor.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Três considerações

Hoje oficiei mais um casamento no Bonfa. Um casalzinho simpático, que conheci na cerimônia. É claro que a cerimônia religiosa iniciou com quase quarenta minutos de atraso, mas tenho aprendido a ter paciência com essa tradição idiota, que fazem tanto questão de conservar. Uma das tentações que nós, padres, temos numa situação dessas é a de oficiar a cerimônia de modo desleixado e rápido, para compensar o atraso. Nesses dezenove anos de ministério tenho conseguido vencer essa tentação, por entender que para eles, talvez, seja a única oportunidade de se casar (pelo menos é o que se espera... que dure "até que a morte os separe..."). Portanto, mesmo sem maior consciência daquilo que estão fazendo, eles merecem uma cerimônia bonita, digna e inesquecível. Eu jamais perdoaria o meu bispo se ele tivesse me ordenado Padre numa cerimônia de três minutos: portanto, não tenho o direito de oficiar um casamento em apenas três ou quatro minutos...

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Hoje fui no Hospital visitar e levar os últimos Sacramentos da Igreja a uma senhora que foi minha professora de geografia, no Instituto Juvenal Miller, há mais de trinta anos. Sempre tive muito carinho pela Professora Luíza (embora não a visse há muitos anos...), que, talvez a essas horas, já tenha partido para a Casa do Pai. É interessante como me sinto quando encontro hoje pessoas que foram importantes na minha infância. A sensação que me dá é a de que volto a ser criança e que ainda estou brincando de padre, como fazia quando era pequeno e "rezava" missa com bolachinha Maria como hóstia e Chá mate, no lugar do vinho. Quando cheguei no quarto dela, no Hospital, chamei-a naturalmente de "professora", e ela me reconheceu! Foi um momento muito bonito. Desde já ela está nas minhas orações.
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Agora á noite, um casalzinho amigo (Serginho e Tati) estiveram aqui, para uma sessão de pizza e filme (o filme era 2012). Tenho tido muita alegria em conviver com casais novos e famílias. Esse tem sido um novo filão no meu ministério.


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O ministério com os jovens daqui

Ontem tive o meu primeiro contato com um dos Grupos de Jovens daqui. A gurizada do "Missão Jovem" esteve reunida aqui em casa, por não terem a chave do salão e eu não encontrar a minha. Como diria Dom Bosco, "eu me sinto bem no meio dos jovens". De fato, acredito que aqui vai se repetir a mesma proximidade com os jovens que eu tinha na São José Operário, onde a minha casa era também casa deles e eles se sentiam felizes lá. Aqui percebo a mesma coisa, o que me deixa profundamente feliz. Aliás, a casa paroquial vai, aos poucos, se tornando uma referência para toda a comunidade eclesial, onde as pessoas se sentem acolhidas e amadas. Isto aumenta o nível de auto-estima da Paróquia, que aprende a ver no seu pároco o pastor e amigo, que a todos acolhe e ouve com carinho e amizade. Sempre fiz questão de morar na Paróquia onde atendo, para que o povo saiba onde me encontrar a qualquer hora do dia ou da noite, afinal, sou padre 24 horas por dia e não apenas durante o expediente. Quando a gente procura ser assim, aumenta o zelo pastoral e a vivência do sacerdócio, dando maior satisfação e alegria naquilo que se faz. Posso dizer que sou feliz sendo padre e devo isso muito à convivência com aqueles pelos quais sou responsável como pastor e amigo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A arte de viver para os outros

Viver para os outros é uma arte. Mais do que isso: uma vocação, que dá sentido pleno à uma vida. Ontem, no Haiti, faleceu a Dra. Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, vítima do terrível terremoto que atingiu aquele pobre país. Ela havia feito uma palestra em uma igreja local, quando aconteceu a tragédia.
Recordar uma pessoa, como Dra. Zilda, nos leva a meditar profundamente sobre a nossa vivência cristã. Acostumados ao egoísmo, podemos acabar perdendo nossa capacidade de alteridade, de abertura ao outro, vivendo encasulados dentro de nós mesmos, ao redor de nossos probleminhas e de nossas mesquinharias. Olhamos para nós mesmos como se o nosso umbigo fosse o centro do mundo, nos esquecendo das dores e dos sofrimentos dos outros, que, às vezes, são infinitamente maiores do que as nossas pequenas dores cotidianas.
Uma Paróquia precisa ser comunidade aberta aos outros, especialmente aos mais pobres e sofredores. Quando nos dedicamos ao outro, nossos problemas se resolvem por si mesmos e encontramos mais felicidade e realização, fazendo nossa vida valer a pena.
Que o exemplo da Dra. Zilda Arns e de tantas mulheres que atuam mundo afora na Pastoral da Criança nos ajude a ser uma Igreja profética e samaritana, sinal do Reino de Deus.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

"Quem não se comunica, se trumbica..." (Chacrinha)

"Quem não se comunica, se trumbica", já dizia o velho Chacrinha. Está em fase de formatação o Jornal "Sou Bonfa", informativo da Paróquia do Bom Fim. Num primeiro momento eu mesmo vou elaborá-lo, de forma que ele realmente saia, tornando-se, assim, um elemento de comunicação e de informação para os nossos paroquianos. Com o tempo, torna-se necessário que haja uma equipe que se responsabilize pela elaboração do informativo. Eu me lembro que, durante boa parte do meu ministério na Paróquia de São José Operário tentamos elaborar um jornal, mas sempre esbarrava em um problema crônico: ninguém queria assumir a responsabilidade e então empurrávamos com a barriga. Consequência: nunca saiu jornal algum. Como o informativo "Sou Bonfa" vai atender as duas comunidades da Paróquia, não vai ficar pesado demais para ninguém: ao todo, terá o custo de R$ 220,00, ou seja, R$ 110,00 para cada comunidade. Dez patrocinadores a R$ 22,00 darão conta do recado. Alguém se habilita????
Estamos a poucos dias do "Mutirão de Comunicação", em Porto Alegre. Nosso Informativo vai na direção da necessidade de utilizarmos todos os recursos de mídia e de comunicação para evangelizar. "O mundo anda depressa e nós não podemos parar" (Scalabrinni).

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Considerações do segundo findi aqui...

Coemça hoje um novo Tempo Litúrgico: o Tempo Comum. Pode-se ter a errônea impressão de que este tempo não tem nada em especial para ser celebrado - diferente dos demais tempos, como o Advento/Natal e Quaresma/Páscoa. Pelo contrário, o Tempo Comum é o tempo do seguimento de Jesus, por excelência, o tempo do Discipulado. Pelo Batismo, somos todos discípulos de Jesus e convocados a permanecer com ele e aprender dele o mistério da presença do Reino de Deus no mundo. Ao aprender com Ele o mistério do Reino, tornamo-nos também sinais deste Reino, através do nosso testemunho de vida e de santidade.
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Ontem foi o meu segundo final de semana aqui no Bom Fim. Estou convencido de que é mito a história de que Rio Grande morre no verão, pois "todo mundo vai para o Cassino". Em todas as Missas tivemos casa cheia neste sábado e domingo. Se uma significativa porcentagem de nossa população vai veranear, não significa que todos estejam na beira da praia; pelo contrário: muitos preferem ficar em suas casas descansando durante o verão. É claro que as atividades paroquiais diminuem consideravelmente, mas isso não deve nos acomodar de tal modo que as nossas Paróquias parem totalmente nesta estação.
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Muita gente da São José Operário está vindo participar das Missas dominicais aqui no Bom Fim. Eu fico dividido: por um lado, é bom saber que a gente é amado por aqueles que fizeram parte da nossa vida por um longo período de tempo. Porém, por outro lado, seria essencial que eles continuassem lá, atuando na comunidade deles, dando total apoio ao novo Pároco. Esse tipo de coisa acaba sendo constrangedor para mim, uma vez que acaba dando a impressão de que nesses quase sete anos de Paróquia fiz com que as pessoas ficassem ligadas a mim e não ao Senhor. Devemos ser discípulos de Jesus e não do padre fulano ou beltrano...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Falar de Deus ao povo e do povo a Deus

O padre tem inúmeras missões e tarefas na sua vida ministerial. Quando atua como pároco, tem os cuidados pastorais da sua Paróquia como responsabilidade primordial: o anúncio da Palavra de Deus, a adminsitração dos Sacramentos e a formação e a animação evangelizadora do povo que lhe é confiado. Isso ocupa boa parte do seu tempo e das suas energias. Porém, o padre não deve ser apenas o "empresário" ou o "gerente" de uma empresa de serviços religiosos. Isso restringiria por demais a sua vocação e missão. Se por um lado, o padre é aquele que, pelo seu ministério fala de Deus para as pessoas, por outro lado é aquele que fala das pessoas para Deus, ou seja, é o intercessor por excelência das situações difíceis que o seu povo passa diante de Deus, seja pela sua oração, seja pela oferta de sua vida. Um bom tempo a cada dia diante de Deus é tarefa de todo e qualquer presbítero, para rezar pelas necessidades do mundo, da igreja e dos fiéis que lhes são confiados. Quando não faz isso por negligência ou preguiça, comete pecado grave e não cumpre com o seu papel, não sendo fiel à sua vocação. Padre que não reza a Liturgia das Horas pelas necessidades dos seus paroquianos deveria devolver a sua côngrua (salário) à paróquia, por não estar cumprindo com a sua missão, pois rezar faz parte do seu trabalho.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Despedida da São José Operário

Ontem celebrei a Missa de despedida da Paróquia de São José Operário. Se por um lado todos estávamos felizes pela celebração dos meus dezenove anos de Ordenação Presbiteral, havia um gosto amargo na boca de cada um de nós. Após quase sete anos, eu estava deixando uma Paróquia que me deu muitas alegrias, onde convivi com muita gente que aprendi a amar e a querer bem. Termino o meu "mandato" lá com a sensação de dever cumprido e de que realmente valeu a pena. Imagino os sentimentos que devem passar pelo coração do Padre Décio, ao deixar o Bom Fim, após quase trinta e quatro anos aqui. Sair de uma Paróquia exige do Padre um despojamento muito grande, o que às vezes pode ser doloroso. Se a minha admiração por ele já era grande, cresceu ainda mais agora, com esse exemplo de despojamento que ele está dando.
Ontem tive o meu primeiro contato com as principais lideranças daqui. A acolhida deles está sendo maravilhosa. Tratamos, principalmente, das questões litúrgicas e sacramentais. Confirmei todos em suas funções, assim como reafirmei que qualquer mudança na vida da Paróquia depende do diálogo entre todos nós. Uma mudança que eu queria fazer, mas apenas para mais adiante, eles pediram e vamos fazer em março: as Missas de terças a sextas passará a ser celebrada às 18h30min. É um horário alternativo e intermediário para aqueles que estudam e trabalham à tarde, para quem a Missa às 18h fica sendo muito cedo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

19 anos de Ordenação Presbiteral

Celebro, hoje, 19 anos de Ordenação Presbiteral. Pude, em alguns momentos à sós com o Senhor, louvar e agradecer tamanhas bênçãos recebidas, sem mérito algum de minha parte, durante este tempo, que já é longo, embora sempre pareça que foi ontem. lembrei de cada comunidade, cada Paróquia por onde passei, momentos bonitos e também momentos difíceis. Porém, em todos os momentos, Deus sempre esteve presente me educando na fé e me ensinando o caminho da fidelidade e do amor. Hoje, 19 anos passados, posso reafirmar o meu SIM dado a Deus e à Igreja naquele dia, e posso confirmar o quão feliz eu sou como Padre e como vale a pena viver o meu sacerdócio com renovado ardor e dedicação. Quero agradecer a todas as pessoas que, de uma maneira ou outra, contribuíram para o êxito do meu ministério.
Hoje encerro, com chave de ouro, o meu ministério à frente da Paróquia de São José Operário. Foram anos de grande crescimento, tanto para mim quanto para as comunidades daquela Paróquia. Guardarei aquele povo maravilhoso sempre no meu coração enas minhas preces.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Paróquia: centro de espiritualidade e de missão

Uma das características de uma Paróquia como a do Bom Fim, até mesmo por causa de sua localização geográfica, é o fato de ser um local de intensa procura para pessoas que necessitam de atendimento eclesial. Nesses poucos dias aqui tenho sido continuamente visitado e procurado pelo mais diferente tipo de pessoas, com as mais diferentes necessidades, coisa que antes não acontecia, pelo fato de a Paróquia de São José Operário estar localizada num local meio escondido, no meio do bairro. A Assembleia Diocesana de novembro último definiu que "as Paróquias devem se tornar cada vez mais centros de espiritualidade e de missão". Esta é a realidade que desejo implementar cada vez mais: fazer do Bom Fim um centro de espiritualidade e de missão, ou seja, referência para as pessoas que desejam rezar, a fim de que encontrem aqui um ambiente que os leve à oração e ao encontro com Deus. Ao mesmo tempo, procurarei me empenhar em ficar à disposição das pessoas que desejem buscar o Sacramento da Reconciliação e orientação espiritual.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Primeiro findi no Bonfa

O primeiro final de semana na nova Paróquia foi extremamente proveitoso. Celebramos a Solenidade da Epifania do Senhor, ou seja, a sua manifestação ao mundo, nas pessoas dos Magos que vieram do oriente para adorar o Deus Menino. Em todas as Missas tivemos casa cheia. No sábado celebramos o Casamento do Thiago e Manu, jovens ligados ao Enjo e ao grupo SJC. Uma garotada bonita invadiu o Bonfa para essa cerimônia.
Na terçafeira será o meu "bota-fora" da São José Operário, na celebração dos meus 19 anos de Ordenação Presbiteral.
Para pensar:
"Somos Epifania de Deus para as pessoas que passam por nossas vidas?"

sábado, 2 de janeiro de 2010

SOU BONFA!!!!!!

Assumi, ontem, a missão de pastorear a Paróquia de Nosso Senhor do Bom Fim, com a Comunidade de Nossa Senhora dos Navegantes. Há apenas alguns meses atrás nem me passava pela cabeça a possibilidade de um dia vir para cá. Estava bem lá na São José Operário, embora eu já tivesse dito ao Bispo que poderia me transferir para onde fosse mais necessário: pensava, talvez, num retorno á Santa Vitória do Palmar ou quem sabe alguma Paróquia na periferia do Rio Grande. Para mim, o Bom Fim era algo inimaginável, uma vez que nem se cogitava a saída do Padre Décio daqui, pároco há mais de trinta anos. Quando o Bispo propôs minha possível vinda para cá, foi uma surpresa, e posso dizer, uma imensa e feliz surpresa. Desde então passei a amar este povo e a rezar por ele. Não conheço quase ninguém, mas a acolhida que tenho recebido é algo maravilhoso. A transição, feita de modo sereno, sob a batuta do Padre Décio, grande amigo e modelo, se deu tranquila, e pretendo continuar de onde está, para que haja uma continuidade entre o trabalho do pároco anterior e o meu.
Quais os meus propósitos, especialmente nesses momentos iniciais aqui? Ser pastor, firme, porém afável. Ser amigo, ser presente na vida das pessoas e comunidades. Fazer crescer a auto-estima dentro dessa Paróquia, para que eles se sintam amados pelo Padre que a Igreja lhes deu. Agora, sim, SOU BONFA!!!! Quero vestir essa camiseta, quero ser parte do bonfa, para que esta se torne uma Paróquia de ponta, onde Jesus seja conhecido e amado, onde a vida comunitária seja a grande tônica e as pessoas possam se sentir em casa. É muito trabalho, mas, com certeza, lograremos êxito, com a Graça de Deus e o auxílio de todos os nossos paroquianos.
Agora pretendo manter o Bog atualizado, seja com informações, seja com reflexões sobre o pastoreio que me é confiado aqui no bonfa!
A todos, desejo um abençoado 2010!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Provisão de Pároco do Bom Fim

Dom José Mário Stroeher


Por Mercê de Deus e da Sé Apostólica
Bispo do Rio Grande


Aos que esta provisão virem.
Saudações, Paz e Bênção em Nosso Senhor Jesus Cristo


Pela presente Provisão, haveremos por bem nomear Pe. Gil Raul Pereira Junior como Pároco da Paróquia Nosso Senhor do Bom Fim e Assistente da ECRER. Que o amor e zelo pastoral o ajudem a cumprir com alegria a missão de conduzir o Povo de Deus, na Igreja do Rio Grande. Peço a luz do Espírito Santo, para que logre êxito no trabalho que lhe foi confiado.


Rio Grande, 22 de novembro de 2009.
Festa de Cristo Rei



D. José Mário Stroeher
Bispo Diocesano