Aparecida cria uma nova terminologia teológico-pastoral para definir a função das Paróquias na vida da Igreja. Uma Paróquia é uma comunidade de comunidades. Isto parece apenas uma definição sem maiores consequências, mas não é bem assim.
Estávamos acostumados a ver uma Paróquia como uma estrutura composta de Matriz e Capelas, onde o pároco comandava o espetáculo, auxiliado pela diretoria, que tinha a função de realizar promoções para pagar as contas... Portanto, a Paróquia era uma espécie de "empresa", com funções religiosas e sociais. As estruturas que precisavam ser mantidas muitas vezes emperravam toda a vida pastoral, engessando a vida eclesial.
Definir a Paróquia como uma comunidade de comunidades nos dá uma nova percepção de como ela deve ser organizada. É claro que torna-se necessário que se façam promoções para o sustento da vida paroquial e suas atividades, mas a prioridade é sempre a missão evangelizadora. Na medida em que cresce esta consciência, cada comunidade vai se dando conta do seu valor e das suas responsabilidades pela vida eclesial. Sendo de certa forma autônoma, cada comunidade procura atender as pessoas e famílias ao redor de si, de forma personalizada, inculturada à região onde se localiza.
Na Paróquia que eu atendo existem quatro comunidades, sendo cada uma diferente da outra. Se tudo ficasse centralizado na Matriz, boa parte de nossa população ficaria sem um atendimento eficaz. Por isso, torna-se necessária a multiplicação de comunidades, de tal modo que todas as realidades sociais sejam contempladas com o anúncio do Evangelho. Porém, não deixamos de ser uma paróquia, e torna-se necessário que algumas atividades possam ser comuns, mantendo a identidade paroquial, como sinal de unidade entre todos. Tornar a paróquia rede de comunidade: eis a realidade que já temos aqui há anos e que Aparecida sugere a toda a América Latina.