quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Só consegue encantar quem é encantado...


Estes meus quase 17 anos de Sacerdócio me proporcionaram incontáveis momentos bonitos, que jamais vou querer tirar da minha memória. Por outro lado, cruzes, decepções e crises aconteceram e acontecem, mas estas devem ser vistas sempre como momentos de crescimento interior e de amadurecimento, como Padre e como gente.

Posso dizer que sou muito feliz como Padre e que, embora às vezes já não tenha a mesma saúde e gás que tinha quando fui ordenado, em 1991, o encanto pelo Reino jamais desapareceu, a paixão pelas coisas de Deus e pela humanidade vai crescendo e a experiência adquirida com o passar dos anos me torna mais dinâmico e menos superficial naquilo que faço. Porém, tudo é Graça, tudo é iniciativa divina, amor de um Deus que encanta e que permanece sempre do lado daqueles que ama, chama e envia.

Só consigo encantar as comunidades, as famílias e os jovens que me são confiados na medida em que eu permanecer encantado pelo Reino. O Senhor é a garantia do êxito de toda a ação missionária e ministerial.

Todos os dias eu peço a Deus a graça de poder continuar encantado e encantando, para a glória dele e o crescimento do seu Reino.

Preparando a Ordenação Diaconal do Eduardo



E falando em Eduardo, desde já somos convidados a rezar pela sua Ordenação Diaconal, que vai acontecer no dia 09 de dezembro de 2007, na Escola Mate Amargo, em Rio Grande. O Eduardo está concluindo a Teologia e atua, nos finais de semana acompanhando, com grande entusiasmo e competência o Projeto Missionário Diocesano, a Infância Missionária e o Movimento Eterna Semente. Apaixonado pela Bíblia e pela dimensão missionária da Igreja, ele será o primeiro Padre natural de Santa Vitória do Palmar.

Ser Padre é gerar novos Padres...


Uma das coisas que mais levo à sério na minha vida ministerial é o chamado que Deus faz para que eu seja "gerador" de novos Padres, auxiliando, seja pelo convite, seja pelo testemunho, no surgimento de novas e bonitas vocações sacerdotais. É claro que o surgimento de uma vocação tem como fator primeiro Deus que chama, mas diversos outros fatores devem fazer provocar em meninos e jovens o questionamento vocacional: por que não ser Padre? Fico feliz quando consigo ser um desses pequeninos fatores responsáveis pelo surgimento e desenvolvimento de algumas vocações. Quando vejo meninos, como o Pe. Nilto, Pe. Raphael e Péterson, que passaram pelas minhas mãos, como formador e hoje são padres ou estão quase lá, chego a me emocionar. Quando vejo meninos, como o Eduardo, que vai ser ordenado Diácono em dezembro, e o Cleiton César (Toko), meu afilhado, que começaram a pensar suas vocações durante meu ministério, respectivamente em Santa Vitória e na São José Operário, percebo que alguma coisa estou conseguindo ajudar a fazer... O meu sim cotidiano pode ajudar a gerar outros sins... Que Deus em ajude a dar diariamente o meu sim a Ele...

Testemunho de João Batista clama até hoje!

Hoje é Festa do Martírio de São João Batista.
"Vai, João, apanha teu violão, enfrenta esta multidão, não deixa ninguém morrer pagão..."
Mesmo tendo vivido há dois mil anos, a figura de João batista é emblemática para nós ainda hoje. Num mundo onde as pessoas buscam ouvir apenas o que lhes interessa, o que lhes é agradável, ouvir mensagem como a de João assusta, como assustou Herodes e sua maquiavélica amante. Pecado é pecado, brada João! Dar nome aos bois é algo que João fez como ninguém, com força e coerência, de tal modo que seu martírio foi consequência disso.
A Igreja hoje precisa do profetismo de João Batista, paraser fiel à sua vocação. Nós, cristãos (e, especialmente, nós, padres...) precisamos nos converter, de tal modo que nossa pregação possa ter a autoridade de nossa vida e, se preciso for, nosso profetismo seja chancelado pela doação de nossa vida e até mesmo de nosso sangue, se necessário...