Não posso deixar de contar os meus "micos austríacos"... Lá chegando, em fevereiro de 2000, logo comecei a trabalhar como capelão da Comunidade brasileira de Viena. Na minha segunda semana lá, fui celebrar a Missa Dominical para os brasileiros, quando, na hora dos avisos, deram o recado que estávamos todos convidados para participarmos de um programa de televisão, na ORF, que é o canal de tv de lá. O programa de auditório seria sobre o Brasil, afinal era os 500 anos do descobrimento. Lá fomos nós no dia marcado. Eu, vestido a rigor, de clerygmann, sentei-me no fundo do auditório, do lado de uma brasileira que ia traduzindo tudo para mim, pois eu não entendia nada de alemão. Antes de começar o programa, o diretor explicou o funcionamento e como deveríamos nos portar. Ao me ver, vestido de padre, fez com que o assistente dele me colocasse na primeira fila. Gelei, mas fui e fiquei do lado de um austríaco, que não sabia nada de português. Começou o programa. Outros quadros, outros temas. E eu ali, gelado de medo, mas disfarçando, fazendo tudo o que faziam os outros, com cara de inteligente. Começou o quadro sobre o Brasil: uma reportagem, uma entrevista com alguns brasileiros e... música: samba. Entra a "Escola de Samba de Viena", formada por brasileiras que moram lá. Entram algumas com ... digamos... pouca roupa... e eu ali, sem saber se olhava, se aplaudia ou fazia o que... Finalmente termina a tortura... termina? Que nada! O pior estava por vir...
Começam outros quadros, outros temas. A entrevista final foi com um tal de "Dr. Sexo", um sexólogo, muito divertido pelo que percebi, pois todos sempre riam, e eu também...
De repente ele se levanta e diz em alemão (me contaram depois...): "Eu gosto de trabalhar com auditório, pois as pessoas mostram o que fazem, sem ter que sentir vergonha. Por exemplo: batam palmas aquelas pessoas que fazem sexo uma vez por semana!" A platéia começa a aplaudir... e eu também, sem entender o motivo, mas com cara de inteligente...
"Agora - diz ele - batam pé aqueles que fazem sexo três vezes por semana!" A metade começa a bater pé... e eu também...
"Finalmente, bata mão e pé quem faz sexo até três vezes ao dia!" Alguns começaram a bater mão e pé... e eu também...
Quando terminou o programa e a galera do Brasil me contou, passei o dia seguinte tentando evitar que os meus colegas vissem o programa e assim não soubessem deste mico total!!!!
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