sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Pensando alto: meu Decálogo (VII)

"Quero viver a gratuidade da doação de vida, dando-me completamente ao serviço do Reino, sem cobranças monetárias ou afetivas. Quero ser como vela, que se deixa queimar para ser luz."
A gratuidade é um produto que está em vias de extinção. Sempre queremos compensação por algo que fazemos, mesmo que não seja uma compensação monetária. Com grande facilidade, buscamos reconhecimento, status, elogios e afeto. Fazemos todo o possível para agradar e para sermos acolhidos. Este desejo é natural e humano. Afinal, somos seres carentes de afeto e necessitados de carinho.
Somente Deus ama com total gratuidade. Somente Deus se doa inteiramente e, mesmo não sendo retribuído por nós, continua amando, continua se doando a nós. O padre, como ministro de Deus, deve ser expressão desse amor gratuito pelas pessoas. Esta gratuidade se manifesta pela postura que temos diante dos inúmeros trabalhos pastorais e do atendimento às pessoas, que não deve ser visto apenas como atividades "profissionais" que realizamos, mas algo que nos envolva afetiva e efetivamente.
Como é bom quando consigo fazer algo pelos outros, com total gratuidade! Como é maravilhoso quando consigo ser vela, que se deixa queimar para ser luz para os outros! Nesses momentos sinto profunda alegria em ser padre, em ser ministro de um Deus-Amor-Doação. Se recebo alguma compensação, tudo bem; se não recebo, tudo bem igualmente. Seja como, for, a maior recompensa deve ser a alegria que Deus dá pelo dever cumprido!

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