sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Ano da Totalidade


A cada ano escolho um tema para ser meditado, refletido, rezado e vivido durante os seus 365 (no caso de 2008, 266...) dias que Deus nos concede de vida. Desta forma, 2007 foi o "Ano do consumir-se". Procurei rezar e viver a atitude do consumir-se por Jesus Cristo e pela proposta do seu Reino. Hoje estava pensando sobre o que aprofundar em 2008. Lendo o livro da vida do Diácono João Luís Pozzobon, encontrei lá esta bonita coincidência: ele também tinha este costume de "nomear" a cada ano com um tema específico e lá encontrei o "Ano da Totalidade". Decidi, então, que 2008 será para mim o "Ano da Totalidade", onde procurarei, mesmo com dificuldades, limitações e tentações, viver a dimensão da totalidade para Deus, para a Igreja e para os irmãos. Não quero me contentar com a mediocridade daqueles que querem apenas fazer 50% ou até menos, mas sim corresponder aos 100% que Deus faz por nós, de forma a viver 100% como Deus quer. "Eu quero amar, eu quero ser aquilo que Deus quer..."

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Adeus Ano Velho, feliz Ano Novo...


O final de um ano é uma oportunidade única para, além da necessária revisão de vida, louvarmos a Deus por tudo aquilo que Ele realizou em nós nesses últimos 365 dias que tivemos. Às vezes nós temos a tentação de achar que o ano não foi bom. Outro dia eu mesmo pensava: "Graças a Deus 2007 vai embora... Preferia esquecer que ele existiu..." Mas, depois, rezando, tive a clareza de perceber quanta coisa boa aconteceu neste ano e o quanto eu estava sendo ingrato para com Deus por causa disso. É claro que coisas menos boas aconteceram, mas isto faz parte da vida: decepções, tristezas e até mesmo traumas fazem parte da dinâmica da vida humana. Por outro lado, quantas alegrias aconteceram, quantos momentos bons, agradáveis e felizes eu tive neste ano! Eles também fazem parte da dinâmica da vida e devem nos estimular a continuar vivendo cada dia da vida como um maravilhoso presente de Deus.

2007 foi um ano tremendamente produtivo na minha vida ministeiral, pois foi o ano do resgate da Paróquia São José Operário, com as obras que transformaram nosso salão em Igreja e, com isto, transformou a face da Comunidade, com o surgimento de novas lideranças. Foi o ano em que produzi muito como Padre, em que cultivei muitas e novas sólidas amizades, crescendo como pessoa. Foi um ano em que cresci espiritualmente e consegui amadurecer um pouquinho mais. Coisas ruins? Não preciso elencar! Estas, deixo-as nas mãos de Deus, para que, em sua Misericórdia Ele me cure e restaure o meu coração.... Portanto, "Deo Gratias" pelo ano de 2007! E que venha 2008...

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

D. Aloísio Lorscheider (1924-2007)



Faleceu no dia 23 de dezembro último, em Porto Alegre, um dos maiores ícones da Igreja Católica no Brasil: o Cardeal Dom Aloísio Lorscheider, aos 83 anos de idade, após uma relativamente longa enfermidade. Primeiro Bispo de Santo Angelo (1962), tornou-se, depois, Arcebispo de Fortaleza (1973) e após, de Aparecida do Norte (1995). Foi, ainda, Secretário Geral e Presidente da CNBB e Presidente do CELAM. Com todas estas funções e cargos, jamais perdeu a sua simplicidade franciscana e, durante a repressão militar, foi um dos mais ardorosos profetas da Igreja na defesa dos direitos humanos e na luta pela redemocratização do Brasil.

Junto com seu primo, D. Ivo Lorscheister e com tantos outros Bispos (D. Helder Câmara, D. Paulo Evaristo Arns, D. Luciano Mendes de Almeida...), D. Aloísio faz parte de uma geração de ouro do Episcopado brasileiro no período pós-Concílio Vaticano II e Puebla. Que seu testemunho de vida seja inspiração para nós, católicos do Brasil neste Terceiro Milênio, levando-nos a vivenciar toda a beleza e radicalidade do Evangelho de Nosso Senhor. Que, no Céu, ele interceda junto de Deus por nossa Igreja, por nossa hierarquia e lideranças católicas do nosso País.

FELIZ NATAL!


Depois de termos vivido com intensa espectativa o Tempo do Advento, chegou finalmente o Natal do Senhor. A boa vivência do Advento nos garante uma feliz celebração natalina, não apenas em seus aspectos de confraternização com a família e amigos, mas, principalmente na sua riqueza espiritual, onde Jesus se torna o centro de nossas atenções e de nossa vida.
O Natal nos lembra que Jesus é o "Emanuel", o Deus-conosco, o Deus que nunca nos abandona e jamais nos deixa sozinhos em nossa caminhada nesta vida. Mesmo quando nós O deixamos, Ele jamais se aparta de nós, ficando ao nosso lado, com a simplicidade que lhe é característica. Ao vir a nós como um pequeno menino, Jesus se nos apresenta na sua pobreza para nos socorrer em nossa pobreza. Por isso, contemplá-lo no Presépio é o melhor caminho para acolhê-lo e amá-lo e para nos identificar com Ele. Aprendamos com Ele e seremos melhores em toda a nossa vida.
A todos, desejo um feliz e abençoado Natal do Senhor!

sábado, 22 de dezembro de 2007

Construir e des-construir

O tempo do Advento, que está chegando ao seu final, é um momento oportuno para uma revisão de vida e uma tomada de posição diante das situações vividas no ano que ora se encerra. Cada ano é sempre rico em vivências, em todos os aspectos: experiências que são enriquecedoras, coisas que aprendemos, novas oportunidades que surgem, novas pessoas que conhecemos e a quem aprendemos a amar e a respeitar... Também no espaço de um ano vamos tendo experiências não tão positivas e às vezes até mesmo dolorosas: experimentamos o nosso pecado e o pecado dos outros, somos decepcionados e decepcionamos, sofremos e somos causa de sofrimento alheio... Por isso, rever cada uma dessas experiências sempre nos ajuda a construir um amanhã melhor para nós mesmos e a "des-construir" aquilo que nos atrapalha em nossa caminhada. Eu até ouso afirmar que é mais fácil construir do que des-construir, porque o processo de des-construção sempre implica perdas e dores, que às vezes não são tão fáceis de se ter, mas que, mesmo na dificuldade, se tornam necessárias. Que este Tempo de Advento possa ser bastante fecundo e nos ajude a viver melhor o espírito do Natal!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Ordenação Diaconal do Eduardo (II)

Ontem foi a Ordenação Diaconal do Eduardo. Estava tudo perfeito: o dia foi sob encomenda, sem nenhuma nuvem no céu, um final de tarde agradável e boa participação de povo. Foi um dia de rever o maravilhoso povo de Santa Vitória do Palmar e reencontrar muitos amigos. Como escrevia na postagem anterior, uma Ordenação é sempre um momento rico para a Diocese e se torna a resposta de um Deus providente à uma Comunidade orante.
Eu tive a graça de poder fazer uma pequena parte nesta linda história vocacional do Diácono Eduardo, quando,em 1999 fui trabalhar em Santa Vitória e, junto com o Padre Luiz Fernando, então Diácono, poder estimular o desejo do Eduardo de entrar para o Seminário, o que ele fez no ano seguinte.
As inúmeras vezes que eu convidei meninos e jovens para a possibilidade de ingressar no Seminário e buscar o Sacerdócio, já encontrou eco no coração de vários deles e o Eduardo foi o segundo a concluir esta caminhada rumo à vida ministerial: já antes havia convidado o Padre Raphael, hoje Pároco de Santa Vitória. Fico feliz porque esta pergunta ("Tu já pensaste em ser Padre?"), tem a capacidade de provocar nos candidatos o questionamento vocacional, muitas vezes encontrando uma resposta generosa, como a do Eduardo. É claro que se não fosse eu Deus teria encontrado outros meios de chamar o Raphael, o Eduardo e tantos outros. Mas louvo a Deus por ter me dado a chance de participar, de modo simples, dessa história de vocação.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Ordenação Diaconal do Eduardo


Amanhã acontecerá a Ordenação Diaconal do Eduardo, seminarista da nossa Diocese e que será o primeiro Padre natural de Santa Vitória do Palmar. Celebrar a Ordenação de alguém é sempre uma festa, não só para o ordinando, mas para a Igreja toda, pois aquele que vai ser ordenado será entregue à Igreja para ser discípulo e missionário de Jesus Cristo e, como Diácono, servidor dos demais, especialmente dos mais pobres.

O Eduardo é fruto de uma Paróquia que há muito reza pelas vocações, sendo a "resposta de um Deus providente a uma Comunidade orante" (João Paulo II). É, portanto, consequência de uma Igreja que está viva e que deseja ser sinal do Reino lá onde ela se encontra. O SIM generoso que ele dá entusiasma-nos a continuar dando os nossos pequenos e humildes "sins" a Deus, como Maria.

Que o Senhor abençoe a vida e o ministério do futuro Diácono Eduardo!

Solenidade da Imaculada Conceição


Hoje a Igreja celebra a Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria. Este Dogma Mariano foi proclamado pelo Papa Pio IX no dia 08 de dezembro de 1854 e diz respeito à concepção de Maria, sem a mancha do pecado original, em vista dos méritos de Cristo. Maria foi o "primeiro Sacrário" da história, pois recebeu em seu ventre o próprio Filho de Deus feito Homem, durante os nove meses de sua gestação virginal. Para que isso acontecesse era necessário que ela fosse Imaculada e que não houvesse nela nem a sombra do pecado, permitindo assim, o seu integral SIM à vontade de Deus.
O Concílio Vaticano II, na Constituição Lumen Gentium, nos apresenta Maria como o "figura da Igreja" (LG 63) e, portanto, modelo para os cristãos de todos os tempos. Nós, que somos "maculados" pelo pecado, na medida em que aprendemos na Escola de Maria, vamos sendo santificados na nossa adesão à vontade do Pai e no nosso discipulado de Jesus.
Maria não é um fim em si mesma, mas um sinal que nos aponta a direção do Reino de seu Filho, Jesus.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Tempo do Advento


Iniciamos, neste domingo, um novo Ano Litúrgico, com o chamado "Tempo do Advento". Este é um tempo de preparação para as festas natalinas e tem como grande tônica o convite a uma maior introspecção para fazermos uma boa revisão de vida. Se vamos acolher o Senhor que vem, então é fundamental estarmos com a casa do nosso coração em ordem, é importante fazermos uma boa "faxina" interior, jogando fora todo o "lixo" juntado durante o ano: nossos pecados, nossos rancores e raivas acumulados, nossas mesquinharias, tudo, enfim, que vai contra o Senhor, que está às portas. O silêncio deste Tempo deve nos ajudar a fazer isso, para que de fato o Senhor encontre nossos corações em ordem e nossa vida esteja bonita para acolhê-lo.
Existem três tipos de Adventos: o Advento Litúrgico é aquele que celebra a primeira vinda do Senhor e nos prepara, na Liturgia, para o Natal, no dia 25 de dezembro; temos o segundo Advento, que consiste na espera da vinda gloriosa de Jesus no fim dos tempos ou então quando Ele vier ao nosso encontro, para nos chamar pela morte. A terceira forma de Advento é aquele que acontece entre o primeiro e o segundo Advento: enquanto Ele não vem ao nosso encontro, seja pela morte, seja no fim dos tempos, Jesus continuamente nos visita, presente em nossas almas, em nossos irmãos. Também se faz presente na sua Palavra, quando orada e proclamada na Liturgia e de modo especialíssimo, na Eucaristia. Estas "presenças" de Jesus nos conduzem a uma melhor preparação para o encontro definitivo com Ele e tornam nossas almas sensíveis a perceber o quanto Ele quer estar próximo de nós.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Fotos

Tenho sido meio displicente com relação a este Blog, mas tenho estado muito ocupado e o computador andou "escangalhando". Por isso, postei aqui algumas fotos de eventos que têm acontecido e que têm tido importância nos últimos tempos. Espero que gostem...
Distribuindo a Comunhão na Missa do DNJ, no Parque São Pedro

Coisa rara em nossa Paróquia: a celebração de um Casamento. Este foi o Casamento de Ciro e Aydce. Que Deus os abençoe!

No dia da Comunhão Solene na Comunidade do Perpétuo Socorro

Comunhão Solene na Comunidade do Perpétuo Socorro, dia 02.12.2007

Na Procissão de Entrada da Missa da Comunhão Solene, na São José Operário

Deus e as nossas decepções...

Uma das experiências mais significativas da convivência humana é a experiência da limitação, seja a nossa própria limitação, seja a experiência das limitações dos outros. Experimentar decepções ou ser causa de decepção para os outros é uma constante na vida humana e mais importante do que experimentar isso é a nossa reação diante dos sentimentos mais amargos que essas experiências nos trazem. Podemos cair numa atitude de auto-piedade depressiva ou podemos reagir diante disso, mudando nossas atitudes e trabalhando os nossos sentimentos.
É fundamental saber uma coisa: Deus jamais nos decepciona. Deus jamais nos deixa na mão. Quando colocamos Deus como o fundamento de nossa vida e alicerce de nossa caminhada, encontramos nele a serenidade para o nosso interior e o equilíbrio para os nossos sentimentos. É claro que vamos continuamente ser decepcionados vida afora, assim como vamos ser causa de decepção para os outros vida afora. Porém, colocar Deus no lugar de Deus é o melhor remédio para superar todas as dores e transtornos que às vezes aparecem na nossa vida.