Era uma vez uma estante de livros, que pertencia a um garotinho. Nela, ele guardava todos os seus livrinhos de gravuras que ganhava. Como ele gostava de ver as figuras, tinha muitos livrinhos. Ele cresceu, foi para a escola e os seus livrinhos de gravuras deram lugar aos livros escolares. A cada ano, os livros do ano anterior davam lugar aos daquele ano. Ele cresceu, terminou o Ensino Fundamental, fez o Ensino Médio e, agora, já homem feito, guardava naquela estante os livros da Faculdade. Os livros que não utilizava mais eram guardados em caixas, pois a estante não era muito grande...
Pessoas são como livros: nas diferentes etapas da vida passam as pessoas mais diversas. Elas são importantes, fundamentais naquela etapa. Depois, saem da nossa história e são guardadas na "caixa" do nosso coração, das nossas lembranças. Ontem encontrei no Cassino um dos grandes amigos da minha infância, que não via há quase trinta anos. Naquela época ele era talvez meu melhor amigo; hoje ele é uma lembrança do meu passado, mas já não está na "estante" da minha vida. Foi bom reencontrá-lo, mas sei que talvez só o veja daqui há trinta anos, ou nem isso. E isso não doeu, porque outros amigos ocuparam o seu lugar na minha vida e nas minhas atenções. Sei que muitos que hoje fazem parte da minha existência amanhã não estarão mais na "estante", enquanto que outros surgirão, como presentes de Deus.
Somente Deus é o Amigo que jamais sai da estante de nossa vida, porque jamais ele nos tirará da sua estante. Somente com Ele é que devemos contar, pois o seu amor por nós nunca se acaba. Buscando amar com o seu Amor, veremos sempre surgir novas e sólidas relações de amor e amizade verdadeira.
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