domingo, 10 de fevereiro de 2008

As tentações de Jesus e as nossas


Quem nunca enfrentou uma tentação? Algumas são violentas, que nos jogam ao chão e nos derrubam nas mais intensas trevas interiores. Outras, porém, são "tentaçõezinhas", coisa pouca, que, acreditamos, conseguimos vencer com facilidade, mas... são, às vezes, as que mais nos derrotam... Talvez a gente nunca tenha pensado nisso, mas Jesus enfrentou tentações nos quarenta dias em que esteve no deserto, e, nessas tentações, estavam presentes todas aquelas que fazem parte do nosso dia-a-dia. Vencendo-as, Jesus nos dá a receita de como podemos vencer as nossas, sejam elas pequenas ou grandes.


As três tentações de Jesus são muito significativas para nós, pois sintetizam todas as nossas lutas pessoais ou coletivas. O Papa João Paulo II, de feliz memória, em Puebla, no já distante ano de 1979, alerta para estes três ídolos de nossos tempos: o ter, o poder e o prazer. Qualquer tentação passa por um destes ídolos e vencê-los é uma tarefa para todos nós, durante toda a nossa vida. No nosso mundo moderno, a tendência ao consumismo desenfreado e à busca louca por ter mais nos escraviza, bem como o hedonismo (o prazer pelo prazer), que nos torna "máquinas de sexo", fazendo com que nos prostituamos na busca de um erotismo descomprometido (sim, ficar é pecado, é prostituição!!!!). Superar esta mentalidade hedonista significa devolver a dignidade ao nosso corpo, que é templo do Espírito Santo. E temos que enfrentar a tentação do poder, que é, talvez, a mais discreta, mas uma que mais incomoda, pois diz respeito às nossas relações interpessoais, seja em família, com amigos e amores. Pela tentação do poder, acabamos por tratar as pessoas como coisas e as usamos em nosso próprio benefìcio.


Vencer as tentações, como Jesus fez, não deve ser visto como um peso, mas como um projeto de vida, que nos conduz à uma felicidade que não é deste mundo, à uma realização de vida, que só Deus pode nos conceder. Quando caímos em qualquer tentação, tornamo-nos fracos, derrotados diante de nós mesmos, medíocres e sem objetivos na vida. Vencê-las deve ser, portanto, nosso grande objetivo.


Que o Senhor Jesus, grande vencedor de todas as tentações, possa nos conduzir por um caminho de vitórias neste Tempo Quaresmal e durante toda a nossa vida.

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