terça-feira, 26 de agosto de 2008

Pensando alto: meu Decálogo (X)

"Quero viver na intimidade com Deus, dando um tempo não curto à vida espiritual cotidiana: Liturgia das Horas, Santa Missa, estudo da Palavra de Deus, Meditação... como Presbítero, desejo ser verdadeiramente um mestre de vida espiritual, ensinando, pelo testemunho de uma vida de intimidade com o Senhor, os caminhos da santidade."
O padre é alguém que, pela pregação e catequese, fala de Deus para o povo e, pela oração, fala do povo para Deus. O ministério sacerdotal acontece em várias frentes, e uma das principais, é por meio da oração. A espiritualidade não deve ser apenas um alimento privativo do padre, para consumo próprio, mas "trabalho" que ele realiza, colocando-se, como Moisés, diante de Deus, para rezar pelo povo que lhe é confiado. A oração que o padre realiza é parte essencial do seu ministério que, sem ela, fica árido, sem frutos e vazio de sentido. Certa vez, confessando com um frade carmelita, ele me disse: "Gil, reza muito, porque de um padre que não reza pode-se esperar qualquer coisa, especialmente as piores."
Por isso, o padre deve ser um mestre de vida espiritual, mais pela experiência de comunhão íntima com o Senhor do que pela teoria que ele pode ensinar. Isto eu experimento constantemente na minha vida e ministério: todas as vezes que estou "em dia" com este mandamento, sinto-me feliz e fecundo na minha vida pessoal e ministerial: fico mais disponível para as pessoas que me procuram, fico mais ungido na pregação da Palavra de Deus e na condução pastoral das comunidade que atendo, fico mais sensível àqueles que precisam de mim. Entretanto, às vezes passo por tempos de certa aridez espiritual. Nesses tempos, minha vida e ministério ficam mais pesados e as coisas complicam. É claro que não é a minha linda cara ou piedade que "conquistam" a fecundidade ministerial, mas não nos esqueçamos de que a Graça supõe a natureza, ou seja, temos que colaborar com Deus, para que a sua obra aconteça na nossa vida e ao nosso redor.
Por isso, rezemos por nossos padres (especialmente... REZEM POR MIM!!!!), para que sejamos fiéis à nossa vocação de orantes e intercessores, cumprindo, assim, diante do Senhor, a missão que Ele nos confia.
Concluo, aqui, o meu Decálogo pessoal, que havia rezado, pensado e redigido em Viena, já no longínquo ano de 2002, com comentários atualizados. A partir de amanhã, novos assuntos e temas para reflexão. Aguardem!!!!!

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