sábado, 6 de setembro de 2008

Tópicos de Aparecida (XI) - O mundo urbano

O crescimento do mundo urbano exige novas maneiras de atuar na ação evangelizadora. A cultura presente nas nossas cidades exigem que elas sejam pensadas de forma global, atendendo as novas realidades e contemplando as novas pobrezas. Aparecida pede de nós, Igreja da América Latina e do Caribe, ações pastorais que sejam feitas com criatividade e competência. Durante séculos, a Igreja Católica atuou num mundo predominantemente rural e num contexto de Cristandade, onde era praticamente obrigatório às populações a prática da Religião Católica. Hoje, dentro de um contexto de secularização, boa parte de nossa população abandonou as práticas religiosas católicas, optando por uma prática religiosa individualista e intimista. "Creio em Deus, mas não professo a fé de nenhuma Igreja", é assim que dizem e praticam. Diante deste contexto de indiferentismo religioso ou ainda de uma "mescla" de doutrinas de diferentes credos, cabe à Igreja ir ao encontro das pessoas, apresentando a Boa Nova de Jesus Cristo como uma proposta atraente e agradável, capaz de cativar e acolher as pessoas, dentro da sua realidade pessoal.

Algumas posturas devem ser assumidas pela Igreja neste mundo urbano e nesta situação de indiferentismo religioso:
a) O testemunho dos nossos católicos deve ser um testemunho vivo de adesão pessoal a Jesus Cristo e sua proposta. Isso exige do cristão ética na sua vida pessoal, familiar e profissional. Testemunho também de alegria em conhecer e amar Jesus e a sua Igreja;
b) nossas Igrejas devem ser locais de acolhida e devem ter um ambiente sagrado, que leve as pessoas a rezar e a se encontrar com Deus. Devemos manter nossas Igrejas abertas, não somente nos horários de expediente, mas em outros horários, que atendam à demanda de quem estuda e trabalha durante o dia. Expediente à noite, bem como Missa ao meio-dia, especialmente nas Paróquias de centro se torna uma urgência;
c) devemos promover, em nossas comunidades eclesiais a possibilidade do atendimento ás pessoas, como confissões e orientação espiritual, esta não apenas com padres, mas oportunizando católicos profissionais, tipo terapeutas e médicos, que poderiam atuar como "aconselhadores". A criação de atendimento por telefone e internet também tem uma eficácia imensa;
d) a criação de núcleos de Igreja nas vilas e condomínios habitacionais facilitaria o acesso às famílias em seu próprio ambiente. O Ministério da da Visitação e da Acolhida é indispensável no mundo de hoje.
Enfim, criatividade é a alma do negócio. Usar mecanismos novos de evangelizar, bem como resgatar outros antigos, mas igualmente eficazes é necessário. Vivemos num tempo de um "Novo Pentecostes Missionário" na Igreja, uma Primavera da Evangelização. Não devemos deixar escapar esta oportunidade que o Espírito Santo dá à Igreja.

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