quarta-feira, 29 de julho de 2009

Pensando em voz alta (III)

Se quisermos ter um Cristianismo que seja instrumento de transformação da sociedade atual, é essencial que deixemos que a proposta de Cristo possa ser assumida no todo de nossa vida e de nossos valores. Da mesma forma que não existe uma mulher mais ou menos grávida, não é possível existir alguém “mais ou menos cristão”. Entretanto, esse assumir a proposta do Evangelho na sua totalidade não é possível apenas por uma decisão puramente humana, mas tem que ser consequência da experiência que fazemos de Deus em nossa vida, uma experiência mística, espiritual, que vai transformando a vida na sua dimensão mais concreta. Infelizmente, quando falamos de mística e espiritualidade sempre pensamos em algo subjetivo, meio misterioso, sem relação com a vida concreta da pessoa. Essa visão é equivocada, porque a experiência espiritual é o combustível de uma atitude de conversão concreta, de uma postura de vida transformada e transformadora.
Uma Igreja que seja fruto da experiência que seus membros fazem de Jesus Cristo. Quando isso acontece, então passamos de um Cristianismo de verniz para um Cristianismo mais profundo, que provoca convicções, que são assumidas ao natural e causam alegria plena em quem as vive. A comunidade cristã passa a ser, então, o espaço da partilha e da ajuda mútua entre aqueles que desejam ser verdadeiramente discípulos de Jesus Cristo. Nela, os discípulos se reúnem em vista do estímulo mútuo e da ajuda fraterna na fidelidade ao Senhor e à sua proposta de vida. Por isso, acredito profundamente que precisamos redescobrir o valor de viver em comunidades de fé, a fim de que essa se torne a nossa identidade diante de um mundo cada vez mais egocêntrico e individualista. Na comunidade fazemos a experiência do querigma, como passo inicial na fé e também a do catecumenato, como aprofundamento da nossa adesão a Jesus Cristo e á sua Igreja.

Um comentário:

Anônimo disse...

Padre Gil. Tive aulas de religião contigo no Colégio São Carlos, em Santa Vitória. Deve ter sido em 93 ou 94. Não sei se lembras, mas tb fui coroinha (confesso que só porque queria namorar uma menina do grupo jovem da paróquia). Abraço. Guilherme Castro
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