sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Pensando alto: meu Decálogo (I)

Em 2002, quando eu morava em Viena, mensalmente fazia um Dia de Deserto, onde procurava fazer minha Revisão de Vida e preparação para a Confissão Mensal. Num desses dias de deserto, elaborei aquilo que chamei de "Decálogo pessoal de vida", ou seja, os Dez Mandamentos e opções pessoais que, lá assumi como essenciais na vida de um Padre. Desde então este "Decálogo" tem sido fonte de vida pessoal e ministerial para mim. Talvez vocês se perguntem: "Por que este gordo resolveu, agora, partilhar uma coisa tão pessoal e tão íntima, com todos?" De fato, poderia eu dizer que vocês não têm nada a ver com isso, mas acredito que, ao ler e acompanhar o Decálogo e as reflexões em cima disso, irão não só compreender melhor aquilo que faz parte da teologia e ministério sacerdotal, como também poderão assumir em suas vidas pessoais alguns pontos que são válidos não só para nós, padres, mas para todos os cristãos. Então aí vai o primeiro mandamento:
"Quero viver na simplicidade, de coração e de valores, sendo simples como as pombas, porém astuto como as serpentes, sabendo que o que faço, faço pelo Reino, vivendo na pobreza, com total desapego das coisas, tendo-as como instrumentos para o meu trabalho pastoral à serviço do Reino e das comunidades a mim confiadas."
Padre milionário não existe. Aliás, se alguém quiser ser Padre e rico ao mesmo tempo, terá que desistir de algum desses dois pontos: ou vai ser padre, ou vai ser milionário... A simplicidade evangélica é essencial para quem deseja servir o Evangelho. A pobreza sacerdotal vai além da falta de coisas; é uma atitude de vida, uma postura optada e escolhida, assumida de modo livre e que torna a pessoa livre em todos os sentidos. Esta escolha é fundamental para que o padre possa viver como Deus quer que viva e, assim, se torne mais do que "funcionário do Sagrado". O Reino de Deus fica sendo nossa única e fundamental riqueza. Por isso, o primeiro Mandamento: ser simples!

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