segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Centenário de Dom Frederico Didonet

Dom Frederico Didonet

27 de dezembro de 1910
27 de dezembro de 2010
100 Anos
"A Deus, a glória; ao próximo, a Salvação; a mim, o trabalho."
"Vim para servir!"

domingo, 31 de outubro de 2010

Dilma, a nossa Presidente!

Enfim deu Dilma: temos, desde o dia de hoje, a primeira mulher eleita Presidente da República do Brasil. Depois de dois turnos de uma campanha eleitoral feia, com acusações de ambos os lados, com muita agressão e o fato novo do uso da religião como tema de debate, hoje fomos todos às urnas. Seja como for, foi a festa da democracia!
Agora começamos uma nova etapa: já temos presidente eleita, governador eleito, Congresso e Assembléia Legislativa prontos para começar a governar os nossos destinos. Na cidade, temos prefeito e vereadores já há dois anos trabalhando. Pode ser que esses não tenham sido os nossos eleitos, os que gostaríamos de ver lá (alguns eu ajudei a eleger com o meu voto; outros, não...), mas agora temos a obrigação cristã de rezar por eles e de ter respeito e obediência a eles. Na oração pela Pátria, feita quando acontece a Bênção do Santíssimo Sacramento, rezamos "pelo chefe da Nação e do Estado e por todas as pessoas constituidas em dignidade, para que governem com justiça"... Essa oração é o exemplo maior de como devemos nos portar diante da nossa nova presidente, que vai assumir em 01. de janeiro do próximo ano.


Recebo muitos emails com conotação política. Alguns eu leio e posso até concordar com o seu conteúdo. Acho saudável que haja oposição na política. Porém, quando nesses emails, o seu conteúdo afronta a imagem e a pessoa do Presidente da República, eu os deleto sem dó nem piedade, pois torna-se uma afronta ao País e à democracia. A partir de hoje rezarei e respeitarei a nossa futura Presidente da República, Dilma Roussef que, durante os próximos quatro anos governará o nosso país. Poderei até não concordar com suas idéias e decisões, mas é ela que foi a escolhida e precisa ser respeitada por isso. Que possa fazer um bom governo, conduzindo o Brasil pelo caminho da prosperidade e da justiça, com honestidade e competência, pois, se fizer isso, todos nós ganharemos.

domingo, 26 de setembro de 2010

Trinta anos do meu "Milagre Vocacional"

Corria o ano de 1980. eu tinha, à época, 14 anos e havia resolvido, naquele mês de agosto, tomar a decisão de entrar para o Seminário Menor no ano seguinte. Sem falar para ninguém, descobri que em Rio Grande não havia Seminário e descobri, igualmente, que existia um na cidade de Pelotas e qual era o seu endereço. Escrevi uma carta e nada de resposta. Agosto passou e enviei outra. Já estávamos no fim de setembro e eu tinha dois problemas: a carta de resposta não chegava e eu não imaginava a reação da minha família à notícia da minha ida para o Seminário. Todos os dias eu esperava a chegada do carteiro. Ele sempre vinha, mas nada da carta!
Finalmente chega o dia 28 de setembro. início do Tríduo de Santa Teresinha, na Igreja do Carmo. Missa às 19h30min. Chego mais cedo e rezo diante da imagem da Santinha, pedindo: "Por favor, Santa Teresinha! Eu preciso de duas graças tuas: preciso que chegue a resposta do Seminário e preciso que minha família aceite minha vocação sacerdotal!

Dia 29 de setembro: nada da carta, pela manhã! Paciência! Vou de tarde para a escola. Ao voltar para casa, os meus pais me esperam com cara muito séria. O carteiro havia chegado novamente de tarde e a carta finalmente chegara, com envelope timbrado! "Filho, veio esta carta do Seminário de Pelotas. Tu queres ir pro Seminário? Se queres mesmo, conta com o nosso apoio!" E assim, no ano seguinte, entrei para o Seminário, começando assim uma linda história de amor!

Eis o milagre vocacional de Santa Teresinha: duas graças num só momento! Um milagre vocacional que, nesta terça feira completará trinta anos! Que possa este meu testemunho animar a todos a ter uma profunda amizade para com Santa Teresinha. Quando confiamos nossas dificuldades à sua intercessão, ela faz cair do céu uma verdadeira chuva de rosas!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sete dicas enquanto o Senhor não vem (Ricardo Sá - CN)

É preciso apressar nossa conversão, nos colocar no ritmo de Nosso Senhor Jesus. Nosso Senhor tem pressa, e a pressa maior é a nossa mudança de vida. É tempo de conversão para mim, o tempo de conversão é hoje, eu preciso me converter e cada vez mais. Tudo é uma questão de conversão, se a gente se determina a desejar ficar mais parecido com Nosso Senhor, pode vir os problemas que vier que a gente enfrenta, porque está enraizado em nós um desejo de conversão.De quem esse mundo precisa? De Jesus. Eu apresento a você sete dicas enquanto o Senhor não vem.Primeira dica: espírito de sacrifício. Eu me refiro as coisas que você no dia a dia diz: “eu não aguento mais aquela pessoa, aquela doença, esta vida...” Esse linguajar precisa sair da nossa boca. O que é para nós cristãos um espírito de sacrifício? Tem espírito de sacrífico quem sabe ver mais além, por detrás do problema, por detrás daquela pessoa. Por mais difícil que seja o problema, a pessoa acredita que Deus pode intervir. A pessoa aguenta firme sem reclamar. Aguentamos firmes porque temos a tendencia para fazer o mal, a gente aguenta por espirito de sacrifico e oferece. Vida penitencial: isso significa jejum, a penitencia que você há muito tempo não faz, enquanto o Senhor não vem, vida penitencial. Nada de reclamação da vida e das pessoas.Segunda dica: colocar em dia a vida de oração. Você diz que não tem tempo, mas você tem tempo sim. Nossa vida de oração precisa nos conduzir a intimidade com Deus, você precisa ser guerreiro na vida de oração, rezar todos os dias, para treinar nosso coração para ouvir o Senhor. Minha vida pessoal como Nosso Senhor é uma vida muita feliz, mas é uma vida de cruz, mas feliz. Ser cristão não é fácil. Se você não cultiva o bem que você recebeu na vida de oração, virá o mal para arrancar o bem de seu coração. Quanto tempo você gasta com Jesus Cristo diariamente? Seja um orante teimoso e diga muitas vezes: “Jesus me ensina a chegar até o teu coração”. Treine a alma na oração.Terceira dica: Santidade provada. O tempo é tão urgente que a nossa santidade está em tempo de prova. Não existe santidade sem passar pela prova. Prova de santidade a gente não escolhe, Deus nos dá. Ela serve para te fazer melhor, te fazer mais de Deus. Qual é a porta estreita para sua vida? Não reclame mais. É a sua doença? Aproveite para ser santo. Se submeta a prova que você está passando, identifique a prova que Deus hoje te faz passar. É tempo de santidade provada enquanto o Senhor não vem.
"É preciso dar a vida, senão não é amor"
Quarta dica: Fuja do mal. Com o mal a gente não dialoga, a gente foge do mal. Revistas, filmes, novelas... de que você precisa fugir? Ou a gente transforma os acontecimentos da vida para irmos para o céu, ou iremos para o inferno. Eu não aguento mais a minha superficialidade. “Senhor, livra-me do mal que me faz pecar”. Você precisa identificar as pessoas que te conduzem ao mal, fuja dessas pessoas. Você precisa dizer a essas pessoas: “assim eu não aguento, o problema não é com você é comigo”. Chega de escrúpulos e fuja para longe das pessoas que não te levam para Deus. Quinta dica: Vida apostólica. O que você tem feito por Cristo e sua Igreja? Há quanto tempo você não faz nada por Cristo e sua Igreja? Porque você está dodói? Talvez seu problema de saúde seja curado a medida que você trabalhe para Nosso Senhor. O Reino de Deus cresce em mim cada vez que dou de mim para os outros. A Igreja precisa de você com as capacidade que você tem. Vá na paróquia, eu duvido que você não encontre o que fazer.Sexta dica: Ame concretamente. Viva para os outros, tire os olhos de seu umbigo, tire os olhos de seus objetivos, ame. É preciso dar a vida, senão não é amor. Quais são as pessoas que faz você deparar com o que há de pior em você? Viver para os outros é dar uma atenção contínua a quem está ao meu redor. Sétima dica: Perdoar. Você precisa perdoar. Perdoe-me se você me viu de cara feia, nervoso. Eu preciso do perdão de vocês porque sou muito orgulhoso, arrogante e preciso do perdão de vocês. Perdoe em nome de Jesus.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Retomando...

Depois de tanto tempo e tanta correria neste semestre, finalmente eis-me aqui novamente dando sinal de vida. De fato, o tempo urge: imenso é o trabalho que temos pela frente e o tempo se esvai com imensa rapidez. "O mundo anda depressa e não podemos parar", já nos ensinava João Batista Scalabrinni, bispo italiano do século XIX. Por isso, não me permito ficar parado, enquanto tantas pessoas precisam escutar a Palavra de Deus, experimentar o seu Amor e não tem quem anuncie sua Palavra e lhes leve o seu Amor. É por isso que sempre de novo começo, pois o uso das novas mídias se faz mais do que necessário, sendo uma exigência para a Evangelização, pois com todos os meios e por meio de todas as mídias, a Boa Nova precisa ser anunciada. Portanto, ao trabalho!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Um oásis no deserto

A nossa Paróquia, na preparação para a Solenidade do Coração de Jesus, realizou, a exemplo dos anos anteriores, na Paróquia de São José Operário, as 72 Horas de Adoração ao Santíssimo Sacramento. Este ano, dedicamos os três dias à oração pelos Sacerdotes, pois estávamos concluindo o Ano Sacerdotal. A partir daí começamos a realizar, todas as quintas feiras, das 9h às 19h, o "Dia de Adoração". Este tem sido um verdadeiro "oásis" no deserto para muitas pessoas. Durante o dia, muitos, cansados e oprimidos pelo trabalho e pelos estresses cotidianos, encontram na Adoração a Jesus Eucarístico a força e o ânimo para continuar sua jornada. Para mim também a Adoração tem sido esse oásis no deserto. Sempre fui apaixonado pela Adoração e sempre encontrei no senhor Eucarístico a renovação das minhas forças.

terça-feira, 6 de julho de 2010

O demônio meridiano

Puxa vida! Cerca de um mês e meio sem uma única postagem! De fato, não foi falta de assunto, pois muitas coisas bonitas aconteceram nesse período. Acontecimentos e fotos, que mereceriam ser postadas, mas... sempre tem um mas... e o tempo que vivo atualmente não tem sido dos mais agradáveis, na medida em que enfrento, já faz tempo, o chamado demônio meridiano. Essa fase, que já venho sentindo há anos, não havia ainda sido interpretada dessa maneira. Esse tempo, que surge na meia idade, afeta de um modo específico quem é padre, religioso(a) ou consagrado(a), que procura viver de modo fiel à sua vocação. Descobri outro dia isso, lendo um livro, que tenho desde os tempos de seminarista e que nunca tinha lido.
Na primeira metade de nossa vida (até cerca de 40 anos), temos totalmente saúde, energia, força para fazer todas as tarefas que nos são propostas. A própria vivência da vocação se dá de um modo praticamente natural, sem grandes esforços. O fato de sermos jovens atrai as pessoas e isso aumenta a nossa auto-estima. Ao chegar a fase dos 40 anos, estamos no meio dia da nossa vida (daí o nome demônio meridiano ou demônio do meio-dia). A partir dessa fase, inicia um caminho descendente, ou seja, começa a haver um declínio em todos os sentidos: na saúde física e emocional, na energia em realizar as atividades necessárias, que diminui e também começamos a perceber no horizonte o fim da vida.
Ao mesmo tempo em que enfrentamos tudo isso, chega-se ao meio caminho na vivência do sacerdócio ministerial. Em janeiro próximo estarei celebrando 20 anos de padre. Após esse tempo, a pergunta que muitas vezes faço é: “Valeu a pena?” Valeu a pena todo esse tempo dedicado? Valeu a pena abrir mão de constituir família e a possibilidade de fazer alguma carreira mais “rentável”, para, na pobreza, nos trabalhos e na solidão, servir e amar sabendo que na maioria das vezes não teremos retorno ou compensação? Todas essas perguntas muitas vezes passam pela minha cabeça e meu coração. Porém deixo claro: jamais passou pela minha cabeça deixar o ministério ou abandonar o barco! A tentação do demônio meridiano consiste em deixar a vida seguir, sem sal, sem luz, sem entusiasmo. Fazer aquele “basicão”, sem o “plus” que às vezes é tão necessário na vida do padre e que sempre procurei ter como característica. Tenho procurado fazer bem todas as coisas, mas muitas vezes por meio de um imenso esforço e com um tremendo cansaço. Graças a Deus, a Missa é, para mim, a maior fonte de Graça, que me fortalece mesmo nos momentos mais difíceis.
Fiz questão de partilhar essa descoberta e esses momentos que vivo. São momentos difíceis, mas que fazem parte da vida do padre e, por isso mesmo, são momentos belos e enriquecedores. Assim vocês podem descobrir que o padre é alguém humano, que passa pelas crises que qualquer ser humano passa na sua existência e que vai vivendo sob luzes e sombras, crescendo e declinando, na direção da velhice e da morte. Espero que essa partilha ajude vocês a entender e a entender-se, uma vez que todos nós enfrentamos ou enfrentaremos, mais cedo ou mais tarde, o demônio meridiano. O melhor exorcismo para esse demônio é a oração confiante diante de Deus e o alimento da Eucaristia e da Palavra de Deus. Que possamos exorcizá-lo para encontrar, em Deus, a nossa Paz!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mostardas e Tavares



Estou em Mostardas e Tavares nesse feriado de Corpus Christi. Vim para cá ajudar na condução de um enconro com os jovens daqui e participar com o meu afilhado, Pe. Péterson, da Missa e Procissão de Corpus Christi, em Tavares. Estar com o Senhor é um privilégio imenso. Poder conduzí-lo numa Festa dessas é uma honra maravilhosa.

O encontro com a juventude daqui foi muito divertido e produtivo. Eram mais de oitenta jovens. Durante quatro horas fizemos uma Gincana com eles e procuramos das uma boa orientação à sua vida cristã, em diferentes aspectos abordados, como vivência eclesial, namoro e sexualidade, convívio com os adultos e sonhos de vida. Eles curtiram muito e eu mais ainda.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Obituário do Padre Frei Agostinho Grings, OFM

Frei Agostinho Grings partiu...PADRE FREI AGOSTINHO GRINGS, OFM: Síntese de uma biografiaWilibaldo é filho de Germano Grings e Mônica Krötz Grings, nascido no dia 04 de fevereiro de 1918, em Linha Imperial - Nova Petrópolis - RS, foi batizado dois dias depois (6.2.1918), na Linha Imperial e crismado em 1925, na Paróquia de Porto União –SC. Depois de ir à escola por dois anos, em Porto União, foi levado a Divinópolis-MG, por Fr. Paulo Stein, onde, após outros dois anos, completou o primário. Começou a cursar o ginasial em Minas e voltou a Taquari por certo tempo, mas completou o Curso ginasial apenas em Katwijk aan de Rijn, na Holanda. Ali também completou o segundo grau equivalente. Estudou filosofia em Venray (Holanda) e curso parte da Teologia em Alverna-Wychen (Holanda), completando o curso em Divinópolis-MG. Entrou no noviciado em Hoogcruts (Limburgia-Holanda), no dia 07.09.1934, recebendo o nome de Frei Azevedo. Fez a primeira profissão no dia 08.09.1935 e com o nome de Frei Agostinho professou solenemente, em Divinópolis, no dia 14 d julho de 1939. Foi ordenado diácono, em Belo Horizonte, no dia 15.12.1940, e sacerdote, por D. Antônio dos Santos Cabral, em Belo Horizonte, no dia 26 de outubro de 1941. Em 1942 começou a lecionar em Santos Dumont, no Seminário. Em 1950 foi nomeado Secretário provincial, morando em Divinópolis até que, em 1957, foi enviado ao Seráfico, em Taquari, para ser professor. No dia 21 de novembro de 1958, escreveu carta ao reverendíssimo Padre Provincial, oferecendo-se para ser missionário em Java ou no Congo Belga. Escreveu: “Não sou sujeito de muito entusiasmo e arrebatamentos e arroubos, como também não estou nada descontente com o trabalho e com os confrades daqui; mas é simplesmente assim: estou à disposição!”. Em 1962, foi o primeiro Reitor do S. Pascoal, em Três Passos. Em 1965 começou o serviço de Mestre dos Irmãos, em Daltro Filho. No dia 02 de março de 1966 assumiu a Secretaria da nova Custódia, em Porto Alegre. De 1969 a fins 1974 foi vigário paroquial de Alegria e Chiapetta. No dia 24 de dezembro de 1974, escreve ao Padre provincial Frei Cláudio: Enquanto em outras paróquias os padres estão ocupadíssimos em ouvir confissões, e eu estou aqui todo folgazão ... em todo caso, tenho folga par escrever”. Escreveu para pedir licença a fim de viajar a Minas. Ele reconhece que já é tarde para pedir licença “oficial”, mas está resolvido ir assim mesmo. E diz textualmente: “Considero a licença dada, se não puder conseguir a licença expressa”. Em Chiapetta e três Vendas (atual Inhacorá) a vida não era fácil. No povoado, no meio do campo, um tal de Dr. Fontoura – que não era doutor de nada, fizera um Hospital e exercia a profissão de médico. Era inimigo dos padres, combatia-os abertamente. Antes de viajar pra fazer retiro, Fr. Agostinho confessou que não podia desejar o mal para os inimigos, mas a gente pode rezar para que Deus leve o tal Dr. Fontoura. Oração forte do Fr. Agostinho! No dia seguinte, o falso médico morreu. Fr. Agostinho estava em retiro. Não precisou vir fazer o enterro... No dia 21 de janeiro de 1975, Fr. Agostinho escreveu uma belíssima carta ao atual Card. Dom Cláudio, na qual conta que, em Chiapetta, dorme na sacristia, pois não há casa canônica, nem cozinheira, almoço nas famílias, não pode ter horário. Sentia nos ares que ia ser transferido, deixando Fr. Lino a sós, ali. Acena, então, com a missão no Mato Grosso ou Goiás. Mas, não como chefe. O ano e 1975 o encontrou como pároco de Vila Fão, mas só até fins de julho, pois em agosto do mesmo ano assumiu a paróquia de Daltro Filho. EM Dezembro de 1980 virou vigário cooperador em Passo Fundo. No dia 27 de dezembro de 1983, membro do corpo de Formadores, assumiu o Juvenato Medianeira para candidatos adultos, em Agudo. No dia 24 de marco de 1984, o Governo provincial, em carta do então Ministro, comunicou que se possibilitasse a Fr. Isidro e Fr. Agostinho, por ocasião de seu jubileu de ouro, viajar à Holanda, a fim de visitar os colegas de curso e celebrar com eles o jubileu, peregrinar a Assis, Roma e Terra Santa. Note-se, eles não haviam pedido essa graça! Mas 1988, já era vigário paroquial em Três Passos. Em janeiro de 1990, fez um curso de História, com duração de cinco dias, em Petrópolis – RJ. Foi o único curso que fez, além daqueles obrigatórios para chegar ao sacerdócio. No dia 01.03. 1991, ainda sempre membro da Comissão de História da Província, começou seu ministério na periferia de Rio grande e capelão da Santa Casa. Ficou ali dez anos. No dia 04 de janeiro de 2001, o Ministro provincial, Fr. Nestor I. Schwerz, pediu-lhe que permanecesse em Rio Grande até meados de março. Depois de “fazer um bom período de férias, entra em nomeação anterior, aquela em relação a Daltro Filho”. Permaneceu no Convento S. Boaventura até aquele dia em parecia ter sumido. Não veio para as vésperas nem veio jantar. A fraternidade começou a procurá-lo, primeiramente por todo o Convento. Depois, os Freis percorreram a Vila em sua procura. Foi encontrado desmaiado, frio, no piso dum banheiro que não era de seu quarto. Após esse susto, Fr. Agostinho veio morar no Lar Monte Alverne. Estávamos no final de 2001. Ele descansou tranquilamente no Senhor, em torno das 10h do dia 28 de abril de 2010. Fr. Agostinho, descanse em paz e não se esqueça de rogar por cada um de nós, seus confrades, por seus muitos ex-alunos e ex-paroquianos, e por toda a sua/nossa Província, em seu ano capitular. Requiescat in Pace!
Tirado do Site dos Franciscanos-RS

Obituário do Padre Hugo Neves Ferreira, SDB

Obituário do Padre Hugo, na Zero Hora de 02/06/2010: Um dos padres mais antigos do Estado encerrou sua missão no início da tarde de ontem, em Rio Grande, na região sul. Aos 96 anos, Hugo Neves Ferreira morreu de causas naturais em seu quarto, dentro das dependências do Colégio Salesiano local. O corpo foi velado na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, ao lado da igreja homônima que recebe a missa de corpo presente às 14h de hoje. O enterro ocorre às 15h, no Cemitério Católico de Rio Grande.Natural da cidade, o padre pertenceu a uma família com 17 irmãos, todos falecidos. Nasceu em 3 de fevereiro de 1914. Entrou como aspirante na Congregação dos Filhos de Dom Bosco em 1932 e foi ordenado em 1940, em São Paulo, Estado em que passou pelas cidades de Lavrinhas e Pindamonhangaba.Em 1963, voltou ao Rio Grande do Sul, como pároco da Igreja Nossa Senhora Auxiliadora, em Bagé. Em 1965, regressou a Rio Grande para atuar como diretor do Colégio Salesiano Liceu Leão XIII. Em 1967, migrou para Porto Alegre. Entre 1975 e 1978 trabalhou no Rio de Janeiro, voltando outra vez a Rio Grande, para ser pároco da catedral local.Sua última função foi como vigário paroquial e capelão da Beneficência Portuguesa. Rezou missas até os 90 anos, quando, em virtude da idade avançada e da doença de Parkinson, abandonou a função.Vivia no Colégio Salesiano. Na manhã de ontem, participou da missa interna e comungou. Almoçou com os demais sacerdotes e foi para seu quarto, onde se sentiu indisposto. Por volta das 14h15min, morreu.

Aprendendo com os nossos padres falecidos

O exemplo desses dois padres servem para nós, padres "menos velhos", que estamos a caminho do Senhor, em plena atividade ministerial. A vida de oração intensa e de doação pastoral marca a existência de tantos padres que se tornaram exemplares para a Igreja. Por vivermos numa sociedade totalmente marcada pelo "vírus" do egoismo, nós, padres, precisamos assumir uma postura mais altruísta e dedicada nas nossas relações, seja com os nossos fiéis, seja com as pessoas que convivem conosco. Porém, confesso que nem sempre isso é tão fácil... Desgastar-se pelos outros é o ideal para todo e qualquer sacerdote, mas como todo e qualquer ser humano, necessitamos ser estimulados continuamente com gestos de acolhida, carinho e amor, pelas pessoas que nos rodeiam. Graças a Deus, em todos os lugares por onde andei (e também agora, aqui no Bonfa), encontrei muita gente que me ama e me acolhe, fazendo com que a minha doação de vida seja recompensada pela doação de tanta gente que me quer bem.

Duas mortes e dois exemplos de vida sacerdotal


Hoje a irmã morte veio nos visitar duas vezes. Pela manhã, na reunião do Clero fomos informados do falecimento de Pe. Frei Agostinho Grings, OFM, no dia 28 de abril, em Porto Alegre. Frei Agostinho foi capelão da Santa Casa do Rio Grande entre os anos de 1991 e 2001. Se existe alguém que posso ter como modelo de santidade no Clero foi Frei Agostinho. Homem de Deus, de profunda vida de oração e zelo pastoral, dedicou-se com absoluta radicalidade ao povo que lhe foi confiado. Mesmo com idade avançada, sentia imensa alegria em celebrar em nossas comunidades, auxiliando os padres em suas Paróquias. Aos sábados, rezávamos juntos a Liturgia das Horas e preparávamos a homilia dominical, com um bom chimarrão e depois café da manhã. Tenho certeza de que agora teremos no céu um grande intercessor e modelo.

Agora à tarde faleceu o Pe. Hugo Neves Ferreira, SDB, riograndino, salesiano, aos 96 anos de idade. Padre Hugo foi um grande mariano, homem de profunda vida espiritual, amante da Eucaristia. Não tive com ele o grande contato que tive com Frei Agostinho, mas sempre tive uma grande admiração por ele e vi nele modelo de um filho predileto de Nossa Senhora.

que estes dois Padres, no término do Ano Sacerdotal, rezem por nós, padres do Terceiro Milênio, e nos ajudem a sermos fiéis ao Reino de Deus. Espero que no dia de minha morte eu possa ser lembrado pelo bem que pude realizar.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Novos registros fotográficos

Mais de ano após ter tido minha câmera digital roubada, consegui comprar outra. Por isso, voltei a registrar fotograficamente momentos importantes e significativos da minha vida e ministério. E aqui vão os registros:

Na Ordenação Diaconal de Fernando Weber, em 23 de maio de 2010.

Como sempre, com a gurizada na volta. Do "Novo Amanhã" para o "Missão Jovem"...


O ministério da pregação é uma das tarefas mais apaixonantes do meu sacerdócio...


Concluindo: sou muito feliz sendo Padre!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A alegria de servir o Reino

Exercer o ministério sacerdotal é um grande Dom e Presente de Deus para a vida de quem é chamado e aceita com alegria e generosidade de coração. Posso dizer que sou muito feliz sendo Padre e atualmente vivo um dos momentos mais belos e fecundos de minha vida sacerdotal. É claro que tenho muitos sonhos e projetos de vida pela frente e que esses sonhos e projetos vêm do Coração de Deus. Minha vinda para o Bom Fim é parte desse sonho de Deus, que ainda não consigo vislumbrar com clareza, mas procuro estar aberto àquilo que Ele deseja para mim. A única coisa que desejo é fazer a vontade de Deus. Conseguindo isso, tenho a certeza de que serei feliz.
Espero não andar sozinho. Conto com muita gente caminhando junto, num mesmo ideal de santidade e de fidelidade ao Evangelho. Caminhando junto rumo ao Reino de Deus, anunciado e vivido já neste mundo, na esperança do Definitivo. Sonho com gente que viva, vibre, cante e encante por causa das coisas de Deus. Louvo ao Senhor por aqueles que fazem parte da minha vida e meu ministério, colocando seus dons a serviço do Reino, trabalhando juntos na mesma causa e com o mesmo ardor.
E que não nos cansemos de cantar, de caminhar, de nos apaixonar por Deus. Como Pedro, possamos proclamar: "Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo!"

domingo, 2 de maio de 2010

Repercussão dos Cursos de Jovens de abril

Termina hoje a maratona de Cursos para jovens, envolvendo dois Movimentos dos quais faço parte como diretor espiritual. Tivemos entre os dias 16 e 18 de abril o 48. Nazareth, com 76 jovens de idade entre 14 e 17 anos. No fim de semana seguinte (22 a 25 de abril), aconteceu o 99. Emaús do Rio Grande, que foi atendido espiritualmente pelo querido colega e amigo Pe. Eduardo Oliveira, meu sucessor na Paróquia de São José Operário e responsável pelo Setor Juventude em nossa Diocese. 24 meninas participaram desse Emaús. De 29 de abril até hoje aconteceu o centésimo Emaús, este masculino, com a participação de 25 guris.
Curto muito trabalhar com a juventude. É algo que me renova, rejuvenesce e me faz ser melhor. Ao assistir uma das palestras, neste Emaús masculino, percebi o quanto tenho sido importante na vida dessa garotada. O testemunho do guri que deu uma das palestras lá me fez perceber que muito do que falo e oriento repercutiu e repercute muito na vida dele. Essa palestra me incentivou a continuar firme no trabalho com jovens e na proximidade com eles. Ela me ajudou (e muito!) a acreditar no meu ministério com eles e a redescobrir o quanto sou amado e querido por eles. Não preciso mendigar amor e reconhecimento, porque às vezes os que verdadeiramente me amam estão bem próximos e confesso que muitas vezes não percebo e nem valorizo como deveria fazer...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

"Sabias da última notícia?"

"Padre Gil, tu sabias o que estão dizendo por aí? Sobre a última notícia?" Gelei, por achar que era alguma notícia má, quem sabe alguma tragédia. afinal, receber um telefonema em plena manhã de domingo só podia ser mau agouro. "O que foi?", perguntei meio que ressabiado. "JESUS RESSUSCITOU!", gritou do outro lado da linha. Esta Boa Notícia aliviou minha alma assustada. De fato, esta é uma grande Boa Nova, que precisamos acolher e espalhar para os outros, com grande urgência. Diante de um mundo depressivo, cheio de más notícias, esta Boa Nova alegra os corações e dá um renovado sentido à nossa vida. Quando acolhemos e espalhamos esta Boa Nova, tornamo-nos evangelizadores do Reino de Deus, seja por meio de nossas palavras, seja por meio de nossa vida.
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A Semana Santa e os festejos pascais aqui no Bonfa foram perfeitos. Liturgia bem preparada, as músicas fantásticas, inúmeras confissões. Tudo saiu muito melhor do que eu poderia imaginar. Na Comunidade dos Navegantes pela primeira vez todas as cerimônias foram realizadas, com muito boa participação de povo.

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A todos os visitantes do nosso Blog do Padre, desejamos um feliz Tempo Pascal, com a presença do Senhor Ressuscitado!

terça-feira, 30 de março de 2010

A necessária conversão ao social

Depois de uma segunda feira onde tive a minha agenda totalmente lotada de atividades, nesta terça feira, o dia começou um pouco mais tarde, mas com atividades diversas. Pela manhã estive na Câmara de Vereadores, para a apresentação de diversos projetos organizados pelos conselhos e secretarias, seja do poder público, seja com a colaboração de entidades da sociedade civil e das igrejas, tendo em vista a superação da fome, com a criação do restaurante popular, do banco de alimentose outras coisas mais na área social. Rio Grande é uma cidade que está crescendo muito e desorganizadamente e os desafios sociais se avolumam com o passar do tempo. Torna-se necessário um trabalho conjunto para enfrentar esses desafios, em vista do resgate da dignidade dos mais pobres.
Nesses momentos confesso, envergonhado, minha limitação diante dos pobres e das questões sociais. Preciso crescer e amadurecer nesse sentido, para acolher e atender as necessidades daqueles que mais precisam. Evangelizar é atender aos mais empobrecidos e excluídos de nossa sociedade."Tive fome e me destes de comer, tive sede..."

domingo, 28 de março de 2010

Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos nos coloca diante da grande divisão existencial de nossas vidas: por um lado, nós proclamamos Jesus como o Senhor e Rei e gritamos, tal qual o povo de Jerusalém, o "Hosana ao Filho de Davi" e dizemos que nossa vida pertence a Deus, enquanto que, por outro lado, condenamos o Senhor, gritando o "Crucifica-o!" A qual "Jerusalém" nós pertencemos? Eis aí um bom Exame de Consciência para a Semana Santa...

sexta-feira, 26 de março de 2010

E começa a Semana Santa...

E começa a Semana Santa... pela vigésima vez, como padre, celebrarei a Semana Santa, o momento principal de nossa fé. Sempre, para mim, esta semana assume um aspecto de Retiro Espiritual, uma vez que acompanhamos, não apenas pela Liturgia, mas também misticamente, todos os passos e episódios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. acompanhando Jesus em sua Morte, o acompanharemos também em sua Vida e Ressurreição, tornando-nos, assim, em pessoas ressuscitadas. É um tempo, portanto, de especial conversão e de abertura à Graça de Deus.
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Graças a Deus tem sido muito boa a procura pelo Sacramento da Reconciliação aqui no Bonfa. Todas as tardes e nas sextas feiras à noite, inúmeras são as pessoas que têm se confessado, em preparação à Páscoa do Senhor. Fico muito feliz por estar sendo canal da Graça de Deus na vida de tantas pessoas, como ministro da Reconciliação.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Pe. Pepé

Amanhã acontecerá a Ordenação Sacerdotal de Péterson Figueiredo. O Péterson é meu afilhado de Crisma e de Ordenação, um sujeito extremamente alegre e dedicado à causa que abraçou. Iniciou sua caminhada vocacional a partir de convite meu para ingressar no Seminário Menor Santo Cura d'Ars, no já longínquo ano de 1996, quando eu era reitor do Seminário. Depois desses anos todos, está amadurecido para dar esse passo decisivo e pronto para se dedicar ao povo que lhe está sendo confiado em Tavares e Mostardas. A ele, nossa gratidão e nossas preces!

quarta-feira, 10 de março de 2010

O trabalho pastoral nas escolas católicas

Recomeçamos, nesta semana, o atendimento pastoral no Colégio Marista São Francisco, aqui no Rio Grande. Este é um trabalho de curto muito, especialmente por atender crianças e jovens, buscando levá-los a uma experiência de encontro com Deus e a Igreja. Este deve ser o maior objetivo das Escolas católicas: evangelizar as novas gerações, apontando caminhos para uma vivência da ética cristã. Acredito que a nossa colaboração enquanto presbíteros deve ser sempre mais estimulada. Consegui criar laços de amizade com inúmeros jovens durante esses anos todos realizando este trabalho pastoral no Colégio São Francisco, bem como em outras escolas católicas de nossa Diocese. O mesmo vale para o trabalho com Ensino Religioso na Escola Cristo Rei, com as turmas da sétima e oitava séries. Os frutos desses trabalhos só iremos ver com o passar dos anos, quando essa garotada tiver crescido e estiver exercendo as mais diferentes funções na nossa sociedade.

terça-feira, 9 de março de 2010

Novidades

Desculpem ficar tanto tempo sem dar notícias, mas agora sim, estamos aqui no Bonfa em plenas atividades, após o término do veraneio e a chegada de março. Parece que tudo iniciou ao mesmo tempo: Paróquia, volta das aulas no Cristo Rei, , recomeço de tudo. Estou cansado, mas muito feliz!
Algumas novidades, desde a semana passada:
1. Novo horário para as Missas de dias de semana: passou das 18h para as 19h, propiciando, assim, a melhor participação de pessoas que trabalham. de fato, aumentou significativamente a participação de fiéis nas missas cotidianas;
2. Missa de Louvor, nas quartas feiras, com grande participação de povo;
3. Expediente Noturno, na sexta feira, para atender pessoas que queiram o atendimento da Igreja no período da noite. Atendi várias pessoas durante todo o tempo de duas horas e, na Igreja, bastante gente ficou em oração;
4. Compramos, o Felipe e eu, a mesa de som: falta, ainda, três caixas e mais alguns bagulhos para termos um som completo.
5. As Missas de fim de semana foram todas de casa cheia. O Bonfa desperta!!!!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ir. Clecimara

Hoje tem festa. Comemoramos os 70 anos de vida da Ir. Clecimara, das Irmãs do Coração de Maria, há muitos anos trabalhando no Cristo Rei. A Clecimara é uma das pessoas mais formidáveis que conheço, seja pelo imenso carinho que sempre demonstrou pelos padres, seja pela sua dedicação à pastoral em nossa Diocese, coordenando o Setor Diocesano de Liturgia e participando da Equipe da Romaria de Fátima, da Escola de Catequese Renovada para Evangelizadores (ECRER) e da Equipe Diocesana de Coordenação da Ação evangelizadora (EDCAE). Seu carinho para com as crianças, velhinhos e pobres faz dela uma pessoa muito querida em toda a nossa cidade, que lhe outorgou, anos atrás, o título de cidadã riograndina. Sua alegria contagiante faz com que ela encha qualquer ambiente com suas risadas e com que todos se sintam acolhidos. Por isso, louvamos e agradecemos a Deus pela vida e vocação das Ir. Clecimara. Que Deus lhe dê saúde e longos anos entre nós!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

As armas contra as tentações

Jesus enfrenta e vence as tentações no deserto. Sofrer tentações se torna para Ele uma manifestação de sua solidariedade para com a natureza humana, marcada pelas tentações e pelo pecado. Vencer as tentações se torna uma manifestação do seu poder, que é maior do que todas as nossas limitações. A vitória dele se torna, de certa maneira, a nossa vitória.
Todos nós enfrentamos tentações diariamente. Tentações na área dos três ídolos de nossos tempos: o ter, o poder e o prazer. É claro que essas tentações são fortes e exigem de nós uma resposta forte. Não existe tentação que seja superior às nossas forças. Quando caímos em alguma delas, é porque somos acomodados e sem-vergonhas. Portanto, é necessário usar as armas que Deus nos dá para vencermos as tentações e o pecado. E as armas são aquelas que a Quaresma nos sugere: a caridade, a oração e a penitência. Se usarmos essas armas, seremos sempre vencedores, mesmo diante das tentações mais difíceis.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Meus amigos padres

Ontem tivemos aqui a Celebração Ecumênica de Abertura da Campanha da Fraternidade 2010, com a presença do nosso Bispo Diocesano, de 19 padres, 2 diáconos, um pastor da IECLB e um reverendo da Igreja Episcopal Anglicana, além de boa participação de povo.
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Logo após a Celebração Ecumênica tivemos uma pizza (não tão ecumênica assim...) numa das pizzarias da cidade, onde estávamos em quatro padres. Como é bom o encontro descontraído e leve entre colegas que se querem bem! Graças a Deus, atualmente, o clima entre nós é excelente, o que facilita muito a própria ação evangelizadora, pois faz com que esta não se dê de um modo individualista, mas numa dimensão de comunhão diocesana. Nós, padres, não somos apenas "colegas" ou "aliados", mas, antes de tudo, somos membros de um mesmo Presbitério, de uma mesma família sacerdotal.
Posso dizer, com alegria, que os meus melhores amigos são os meus colegas padres, pois vivemos as mesmas realidades, temos os mesmos sonhos e enfrentamos as mesmas dores e dificuldades, alegrias e esperanças. Amo-os com intenso amor e tenho o maior orgulho de tê-los como parte da minha vida e ministério

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010

Hoje começa a Quaresma e, com ela, a Campanha da Fraternidade Ecumênica, que neste ano trata do tema "Economia e Vida" e tem por lema "Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro". Toda a reflexão envolve as causas e consequências de uma lógica do lucro que provoca a pobreza e a morte. Igualmente, somos todos tentados pelo pecado do consumismo que escraviza e nos torna reféns de necessidades que não acrescentam nada à nossa vida. A prática da simplicidade deveria ser a consequência de conversão desse tempo quaresmal. Quando buscarmos adquirir apenas aquilo que nos é essencial, conseguiremos assumir uma nova lógica de vivência que nos fará pessoas melhores e construtores de uma sociedade melhor. A prática da solidariedade nos ajudará a compreender que os pobres são nossos irmãos e nos levará a viver o Mandamento do Amor.
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Amanhã, às 19 horas, aqui no Bonfa, acontecerá a Abertura da Campanha da Fraternidade em nível de Diocese, com uma Celebração Ecumênica.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Segunda feira de carnaval

Segunda feira de carnaval. Enquanto grande parte da população se diverte em blocos carnavalescos ou bailes, aproveitando o reinado de Momo, aproveito para arrumar os livros nas estantes da sala, uma vez que, na mudança, eu apenas joguei-os de forma desordenada, deixando tudo numa bagunça danada. Tenho aproveitado o carnaval também para descansar e curtir bons momentos com amigos queridos. Inacreditável: até canastra tenho jogado! Se o tempo permitir, amanhã iremos, com uma galerinha, passar a tarde no Recanto Nossa Senhora de Lourdes, na Ilha dos Marinheiros, concluindo com um churrasquinho, para fazer um "lastro", a fim de enfrentar o jejum de Quarta feira de Cinzas... A vida de um padre não é apenas trabalho ou coisa séria: é necessário que se tenha um tempo longo para conviver com pessoas que são agradáveis e que curtem a nossa presença. É bom, justo e necessário este alegre estar junto, rindo à toa, falando bobagem, sem a responsabilidade de se estar sério. Uma vida com diversão é uma vida saudável.
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Uma dica: vale a pena ver o filme "Ano I", uma comédia hilária, que faz rir muito!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A felicidade que buscamos

O que realmente me dá felicidade? Esta é a pergunta que não quer calar neste final de semana. A busca pela felicidade verdadeira é algo que todas as pessoas fazem durante suas vidas. E, muitas vezes essa busca se dá de forma equivocada e em lugares equivocados. Busca-se a felicidade nos bens de consumo, no sexo desenfreado, no álcool, nas drogas e em tantas outras porcarias que, depois, acabam nos deixando pendurados no pincel quando realmente precisamos.
Jesus nos apresenta, nas bem aventuranças, o ideal da verdadeira felicidade: colocar em Deus a nossa verdadeira busca de felicidade. Quando Jesus nos apresenta os pobres, os famintos, os que choram e os que são odiados e perseguidos por causa do Reino como felizes, ele está explicitando aquilo que numa única palavra se resume: feliz é quem põe em Deus a sua única confiança; feliz é que não tem mais nada a perder, pois já ganhou tudo, tendo Deus como sua maior riqueza.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Fazer bem todas as coisas...

A reação ao primeiro número do Jornal "Sou Bonfa!" tem sido excelente. O jornal vai ser distribuído gratuitamente somente a partir do próximo final de semana, mas as lideranças que o receberam gostaram muito das notícias e do design. Eu fico muito contente quando as pessoas valorizam o trabalho e o esforço em atender aos desafios pastorais. Não que eu precise de elogios (não sou tão vaidoso assim...), mas sempre é bom saber se estou mesmo na direção certa. É pena que nem todos tenham essa sensibilidade e vejam defeito em tudo... mas tudo bem: cabeça erguida e bola prá frente... É melhor fazer algo com limitações do que não fazer nada...
É claro que eu reconheço que o jornal precisa ser melhorado, especialmente na distribuição do conteúdo, não deixando tantos espaços em branco e também melhor correção do português, mas em linhas gerais, ficou muito bom. Com o tempo, quero que uma pequena comissão assuma a organização do jornal, mas por enquanto, terei que fazê-lo eu mesmo.
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A Liturgia da Palavra de hoje nos apresenta sobre Jesus uma frase bem bonita: "Ele tem feito bem todas as coisas" (Mc 7,37). Jesus é aquele que sempre faz bem todas as coisas e n'Ele encontramos a plenitude da bondade. Dos discípulos de Jesus se espera que se diga também o mesmo. Portanto, fazer o bem é característica do cristão e realização da sua vida. Quando não fazemos bem todas as coisas, então estamos traindo a nossa vocação. Por isso, busquemos somente fazer o bem!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Nossa Senhora de Lourdes

Nos dias 08 e 09 de setembro de 2001 eu tive a graça de ir em peregrinação ao Santuário de Lourdes, na França. Lá encontramos um dos maiores centros de peregrinação de pessoas enfermas do mundo, que buscam ali a força para enfrentar suas enfermidades e a cura para suas dores. Muitos milagres já foram constatados em Lourdes, por intercessão da Santa Mãe de Deus.
Hoje, quando celebramos a memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, a Igreja volta o seu olhar para todas as pessoas que enfrentam em suas vidas a dor e a enfermidade. Numa sociedade que supervaloriza a beleza, a juventude e a saúde, o mistério da dor é considerado escândalo e absurdo. E de fato é, se não for contemplado e assumido à luz da Cruz Redentora de Cristo. Dor sem cruz é absurdo; assumida na Cruz, torna-se santificação, pois no une ao Sacrifício Redentor de Cristo. Certa vez um padre me disse que não precisaríamos correr atrás do sofrimento, pois ele é que corre atrás de nós. De fato, faz parte da vida humana o ter que enfrentar limitações físicas e psíquicas. Unidos ao Senhor, encontramos a Graça, a força e a coragem necessária para sermos fiéis até o fim no caminho do Calvário, rumo à Ressurreição.
Desde 1997 enfrento a cruz do diabetes. Custou a cair a ficha para perceber que essa é uma enfermidade séria, constante e, de certo modo, mortal. Não sei o que vai acontecer comigo, mas cada dia agradeço pelo dom da vida, mesmo com as limitações que progressivamente vou enfrentando. Desde o ano passado, quando realmente caiu a ficha, passei a fazer do diabetes um aliado na minha vida espiritual e pastoral. Tenho procurado unir-me ao Senhor na Cruz, oferecendo essa enfermidade, com suas causas, consequências e sequelas, pela conversão dos pecadores, pela santificação dos sacerdotes e pelo bem da Igreja. É claro que também tenho procurado me cuidar ao máximo, pois a saúde é um imenso dom de Deus que devemos preservar.
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Hoje celebramos o aniversário natalício do Padre Eduardo dos Santos de Oliveira, meu sucessor na Paróquia de São José Operário. Que Nossa Senhora de Lourdes abençoe o seu ministério presbiteral à frente daquela amada Paróquia.
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Hoje, às 18 horas, na Catedral de São Pedro, acontece a despedida e envio do Pe. Gianni Menegazzi, PSDP, que por sete anos, foi seu Cura. Ele irá assumir uma nova frente de trabalho pastoral, na nova Rede de Comunidades Santíssima Trindade. A ele, nossa gratidão e orações, bem como ao novo Cura da Catedral, Pe. Raphael Pinto.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Visão pastoral na condução da Paróquia

Finalmente o Informativo "Eu sou bonfa" saiu da gráfica e será distribuído já nesta semana. É claro que não ficou um jornal do nível de uma Zero Hora, mas acredito que será um espaço bastante positivo de informação para nossas duas comunidades. Com o tempo, iremos melhorando cada vez mais.
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Idéia bonita dos nossos jovens: vermos a possibilidade de, a partir do próximo ano, trocar os folhetos litúrgicos pela projeção dos textos da liturgia numa tela, por meio de um datashow. Eles mesmos se dispõe a digitar os textos a cada semana. É uma possibilidade. Precisaríamos descobrir quanto se gasta por ano na assinatura dos folhetos e fazer orçamentos do equipamento necessário. Se o preço for mais ou menos equivalente, já valeria a pena o investimento. Às vezes nossas Paróquias não investem os recursos necessários para a pastoral e a liturgia. Eu sonho em fazer bem diferente aqui. De nada adianta ter paróquias estruturadas e até mesmo bem financeiramente, se tivermos uma ação evangelizadora medíocre. O mesmo critério vale para a utilização dos espaços paroquiais: é necessário que a ocupação dos nossos espaços (Igrejas, salas e salões) seja constante e total, atendendo às demandas das nossas comunidades. É preciso ter sempre uma visão pastoral, que seja prioritária na vida da Igreja, senão nos tornaremos apenas uma "agência de serviços religiosos", e não uma Igreja viva e vibrante. Essa deve ser a principal preocupação do pároco: a visão pastoral e evangelizadora na condução administrativa de sua Paróquia.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Celebrando 18 anos de minha chegada à Santa Vitória

No dia nove de fevereiro de 1991 eu iniciava o meu ministério presbiteral na Paróquia de Santa Vitória. Durante os dois primeiros anos de Padre, ali estive, como vigário paroquial. Foram dois anos de muitos trabalhos, mas foi um tempo muito gratificante, especialmente com a convivência com jovens, o que se tornou característica no meu ministério. A Paróquia de Santa Vitória do Palmar e Chuí tornou-se o meu primeiro amor e tive a graça de lá retornar, em 1999, como pároco, para realizar as Santas Missões Católicas.
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Fico impressionado com a facilidade que tenho de recordar datas e acontecimentos da minha vida e dos tempos passados. Gosto muito de celebrar as datas marcantes da minha vida, vendo em cada acontecimento um presente de Deus que, com sua presença, sempre abençoou cada etapa de minha existência. Cada comunidade e Paróquia onde estive, cada atividade ou grupo com o qual eu trabalhei, cada acontecimento deve ser recordado com grande carinho, pois foi marcante na minha vida e me ajudou a ser o que eu sou hoje.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A vocação do Bonfa

A partir de março, a nossa Paróquia vai ter 100% de ocupação pastoral durante a semana, no período da noite. segundasfeiras: Grupo de Oração de Jovens João Paulo II e um grupo do emaús; terçasfeiras: Escola Catequética e Emaús; quartasfeiras: Missa de Louvor; quintasfeiras: Grupo de Apoio para dependentes químicos e familiares da Comunidade Terapêutica Vida Nova; sextasfeiras: expediente noturno, após a Missa e Grupo Orando por nossos filhos. O Bonfa vai se tornando, assim, aquilo que eu havia sonhado desde que foi cogitada a minha transferência para cá: um centro de espiritualidade e de missão e uma referência pastoral para a cidade. Esta deve ser a vocação não apenas do Bonfa, mas de toda e qualquer paróquia que queira ser fiel à sua vocação evangelizadora e missionária.
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Agora de tarde veio uma garotada buscar o Sacramento da Reconciliação, em preparação ao Rebanhão, na semana que vem. Gurizada na faixa de 18, 20 anos, com um lindo coração cheio de amor para com Deus e sua Igreja. Se ainda havia amargura no meu coração por ter sabido de coisas que não gostaria de ter sabido, essa amargura foi embora por ver tantos jovens que desejam viver com seriedade a proposta de vida de Jesus. Rezo para que eles perseverem no Caminho Novo de Jesus e continuem sendo evangelizadores de outros jovens, com sua alegria e entusiasmo.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Resposta de amor ao Amor

A liturgia da Palavra de hoje nos conduziu à memória do primeiro encontro que cada um teve com Deus, assim como foi o encontro de Isaías com Iahweh e de Simão Pedro com Jesus. O encontro pessoal com Deus é o que garante a seriedade de nossa vida cristã. Se esse encontro de fato aconteceu e marcou a vida de alguém, então essa vida ficará marcada para sempre e jamais permitiremos que isso seja esquecido ou abandonado. A nossa vivência vai ser marcada, não por um conjunto de regras ou proibições, mas pelo Amor de Deus em nós, e pelo Amor poderemos viver e assumir valores e atitudes que sejam a nossa resposta amorosa ao Amor do nosso Amado. A santidade de vida será uma declaração de amor ao Deus que é Amor.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O novo som...

Hoje comprei, em parceria com um dos meus afilhados, o Felipe, a primeira caixa para o som que utilizaremos aqui. Esse som será nosso e irá conosco onde formos, uma vez que o som da Igreja aqui é bastante ruinzinho. Ainda falta mais algumas caixas (ativas e passivas) e uma mesa de som. Sendo nosso, ficamos bastante à vontade para mexê-la e regulá-la quando e como quisermos e pode ser usada também em outros ambientes e situações.
Aqui faço uma reflexão: nós, católicos, pecamos seriamente ao não investirmos recursos para termos um bom sistema de som em nossas Igrejas. Paróquias que possuem uma boa situação financeira oferecem para seus fiéis um som às vezes de péssima qualidade, com ruídos e chiados que só causam desconforto a quem escuta.
Como estou há pouco tempo aqui e ainda não conheço bem a realidade da Paróquia, achei mais prudente que a aquisição fosse minha, pessoal, com também participação dele. Ficará a serviço da Evangelização aonde nós estivermos: hoje, no Bom Fim; amanhã, em qualquer outro lugar. Com o tempo, tomando mais o pé da situação, poderemos mexer melhor no som da Paróquia, a fim de podermos oferecer um serviço religioso e litúrgico mais eficaz para o nosso povo.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A vida é um eterno recomeçar...

"A vida é um eterno recomeçar", diz uma conhecida música. De fato, principalmente quando se trabalha com jovens, esta se torna uma grande verdade. O período da juventude, entre adolescência e idade adulta, é relativamente curto, indo dos 14 até cerca de 22, 23 anos, mais ou menos. Este é um período em que podemos atingir os jovens, oferecendo a eles uma proposta de vida que seja de acordo com o Evangelho e com o Projeto de Felicidade que Deus deseja. Nossos Movimentos de juventude são uma oportunidade que eles têm de conhecer o Caminho Novo de Jesus. Felizmente conseguimos atingir um bom número de jovens. Infelizmente, eles permanecem na Igreja apenas por um curto período de suas vidas e, a seguir, nas suas opções fundamentais, poucos conseguem perseverar no Caminho. Quando chega a época de vivenciar na sua vida o que aprenderam, abandonam tudo e começam a viver numa espécie de relativismo, de paganismo prático. Acabamos por perdê-los e aí começamos tudo de novo, com outros adolescentes, na esperança de que continuem, na sua vida adulta, aquele Caminho que começaram.
Resta apenas a esperança de que a semente lançada no coração desses jovens, possa um dia crescer e produzir frutos. Na verdade, nós apenas a plantamos; quem a faz crescer é Deus.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Reflexões depois de um dia azedo...

A conversão das pessoas não é fruto apenas do nosso esforço de evangelizar: é ação do Espírito de Deus. É Deus quem mais investe em nós e aposta sempre na nossa adesão ao seu Plano de Amor. Nós somos apenas meros instrumentos nas mãos do Senhor. Entretanto, existem momentos em que parece que todo o nosso trabalho e investimento pastoral resulta em nada. Isso acontece quando percebemos que muitas pessoas não nos escutam, não nos valorizam e não procuram levar à sério aquilo que apresentamos como valores humanos e cristãos. Aí quebramos a cara ao ver alguns dos nossos indo por caminhos obscuros do pecado e da morte, fazendo exatamente o contrário do que sempre tentamos transmitir, indo para o fundo do poço de opções fundamentais que se mostram, com o tempo, equivocadas.
Tenho estado profundamente azedo por perceber este tipo de coisa dentro da minha vida e ministério. Tenho tido, muitas vezes, a impressão de estar pregando ao vento e de estar perdendo tempo...
Mas tudo bem... uns vão e outros vêm. O negócio é apenas semear e deixar que Deus faça crescer a planta da fé no coração daqueles que nos são confiados por Ele. Se, às vezes temos tristezas e decepções, as alegrias são maiores ainda. Continuemos, pois...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Venha logo, inverno!!!!!!

Até alguns dias atrás, o verão ainda estava suportável e eu não havia transpirado demais nas celebrações e atividades pastorais. Porém, desde sábado, o calor escaldante que se abate sobre o Rio Grande do Sul tem sido demais. Ontem, cheguei a passar mal durante a Missa Festiva de Nossa Senhora dos Navegantes, pela manhã. Durante o resto do dia não saí mais da frente do ar condicionado, tamanho mal estar me deu o calor. E o pior é que promete continuar assim até segundafeira. Ainda bem que a cada dia que passa, o inverno se aproxima...

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Nesta semana sai o primeiro exemplar do Jornal "Sou Bonfa", informativo da nossa Paróquia. Estou muito entusiasmado com isso, pois é o primeiro projeto pastoral da minha gestão aqui. Muitos outros projetos serão implementados, especialmente a partir de março. Tenho plena esperança de que maravilhas acontecerão nestas nossas comunidades, mais pela Graça de Deus do que pela minha não tão linda cara...

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Uma bênção ontem: à noite tivemos pizza aqui em casa, com minha irmã mais velha, cunhado e os três sobrinhos, mais o Thales e o Victor. Programa de família: estava realmente muito bom!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mais algumas considerações

Estive ausente alguns dias para oficiar o casamento religioso de um dos meus afilhados mais queridos, o Tiago Paixão e sua bem amada Marcinha. Por causa do encanto que tenho por essa dupla, abri mão de alguns princípios básicos. O primeiro, que é o de evitar viagens para oficiar casamentos. Desde que me tornei padre, pelo que me lembro, esta foi a terceira vez que fiz essa excessão. Não gosto de sair muito da minha Paróquia, por ver que esta deve ser minha prioridade número um. Mas foi por uma boa causa, afinal eles merecem! A segunda excessão foi o fato de ter propiciado dois momentos distintos para celebrar o amor dos dois: o primeiro, na sexta-feira, a cerimônia de casamento religioso, como manda o figurino, numa das Paróquias de Porto Alegre; o segundo, no sábado, onde, numa Celebração da Palavra de Deus, renovamos diante dos convidados, a Bênção ao novo casal. Embora tudo tivesse cara de casamento, deixei muito claro que este havia sido celebrado na véspera e ali estávamos para celebrar uma Bênção aos dois. Não houve consentimento na segunda cerimônia, somente na primeira. Portanto, ali não foi um casamento, nem tampouco simulação de casamento, por ter sido tudo muito claro e por haver tido na véspera o casamento religioso.
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Ontem, dia primeiro de fevereiro, celebrei os dez anos de minha chegada a Viena, na Áustria, onde vivi por três anos e três meses e pude fazer o meu Mestrado. Agradeço muito a Deus a oportunidade que me deu de lá viver. Valeu a pena e, confesso, que, às vezes, tenho vontade de tentar o Doutorado, embora ache que já passou a minha hora e que a minha saúde já não ajuda mais tanto. Mas, seja o que Deus quiser... Se o cavalo passar encilhado uma segunda vez...

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Neste dia dois de fevereiro, a Comunidade Nossa Senhora dos Navegantes celebra a sua Padroeira. Teve Tríduo e teremos Missa e Festa pela manhã e almoço. acredito que essa Comunidade tem tudo para crescer, tanto administrativamente quanto na Evangelização. O povo de lá é fantástico...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Fim do Projeto Missionário Diocesano

No ano de 2005 gestei no meu coração e no meu ministério o Projeto Missionário Diocesano, Projeto este que visava duas coisas: primeiro, criar na diocese um espírito e uma alma missionária; segundo, criar um trabalho missionário na área compreendida entre o trevo e o pórtico de entrada na cidade do Rio Grande, com o surgimento de doze Núcleos Missionários, que se tornariam embriões de novas comunidades eclesiais. Quatro anos se passaram e hoje o Projeto Missionário chegou ao seu fim, com o surgimento de uma nova Rede de Comunidades, que ficarão a cargo do Pe. Gianni Menegazzi, PSDP, transferido da Catedral para lá. É claro que essa mudança significa um salto de qualidade no atendimento das comunidades daquela área. E temos consciência de que isso significa a frutificação de sementes que lançamos durante esse tempo. Louvo e agradeço a Deus pelos frutos do PMD! Com isso, termina definitivamente uma etapa do meu ministério. Continuaremos trabalhando na Prioridade da Missionariedade, levando mais a sério a organização do COMIDI (Conselho Missionário Diocesano).

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Viver em relação

A alegria de estar em contato com outras pessoas é a grande característica do ministério presbiteral. Hoje, desde a metade da tarde, estive sempre com a casa cheia de jovens e adultos, seja para tomar chimarrão, seja para bater um bom papo, seja para confissões e aconselhamento. Viver com os outros e para os outros deve ser algo a ser buscado constantemente, pois com isso eu me humanizo enquanto pessoa e posso ser uma presença pastoral para eles, através da acolhida e da escuta atenta.
Como Padre tenho experimentado sempre essa proximidade das pessoas na minha vida. Desde Santa Vitória do Palmar, nos longínquos anos de 1991/92, ter a casa cheia foi característica do meu ministério e aqui não está sendo diferente. Gosto daqueles que gostam de mim, da minha companhia e do meu carinho. Não é apenas uma relação "profissional", mas de ternura e amizade; uma relação quase que de pai e filhos. A gente perde um pouco da privacidade, é verdade, mas os ganhos são infinitamente maiores.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Ah, o inverno!!!!!

Como postei no Twitter, o bom do verão é saber que a cada dia que passa, o inverno se aproxima. De fato, curto muito o inverno, na mesma proporção com que detesto o verão. No inverno, a gente consegue conservar a dignidade, sem ficar suando feito um porco; a gente consegue se vestir legal, com boas roupas, que nos conferem um certo charme, enquanto que no verão, se fosse possível andar totalmente desnudo, assim seria. com as roupas de verão, todos os nossos defeitos físicos ficam à mostra e todas a nossa barriguinha, pelancas, assim como celulites e estrias ficam em destaque. No inverno dá gosto acordar bem cedinho e curtir o dia ainda escuro, com um bom chimarrão, ler um bom livro, tomar chocolate quente ou ainda café preto passado, com cognac... Sem contar que, pastoralmente, o verão mata todos os projetos e vida eclesial, pois todos querem descansar à beira mar, sem fazer nada... Portanto, que venha (e logo!) o tão sonhado, esperado e almejado inverno!!!!!

A vivência cristã

O cristianismo não pode ser algo de fachada, de verniz. Precisa ser vivido na sua intensidade e totalidade, porque senão vai nos conduzindo por um caminho de hipocrisia. Somente consegue dar este passo aqueles que, como Paulo, passam pela experiência do encontro pessoal com Jesus Ressuscitado. Viver um cristianismo de fachada e uma vida diferente daquilo que se diz acreditar torna a pessoa causa de escândalo para o mundo e a joga num inferno interior de uma vida sem sentido. O mundo olha com grande interesse para o testemunho dos cristãos. Este é o maior meio de evangelizar: por meio da nossa vida e da nossa santidade.

domingo, 24 de janeiro de 2010

A lavagem da escadaria do Bom Fim

Ontem tivemos aqui a "Lavagem da Escadaria do Bom Fim", feita pelos umbandistas de nossa cidade. Infelizmente, bem na hora, eu tinha uma festa de formatura e não foi possível assistir. A lavagem da escadaria (grande escadaria, de apenas dois degraus...) é uma tradição antiquíssima do nosso povo de origem africana e deve ser vista com respeito. A beleza estética das religiões africanas, suas vestes e músicas, é algo indescritível, como fenômeno religioso e antropológico. Nossos ancestrais portugueses têm para com os negros uma dívida que jamais vai ser paga, uma vez que foram trazidos para o Brasil como bichos, numa situação de escravidão, sem direito a nada, nem à liberdade. E até hoje os descendentes dos escravos vivem muitas vezes em condições sociais muito precárias.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Dom Beriot Charles e a Eucaristia

Durante a madrugada de terça para quarta-feira, equipes de resgate encontraram o corpo sem vida de Dom Beriot Charles, vicário geral da arquidiocese de Porto Príncipe.

Segundo informa o padre Antonio Sandoval, coordenador regional de Cáritas Latino-americana e do Caribe desde a capital haitiana, “no momento de seu resgate, o monsenhor segurava na mão um relicário com uma hóstia dentro. A todo o momento, o Senhor o acompanhou em seu caminho até Ele”. (Fonte: Zenit)

Para mim, esta notícia foi algo emocionante, por nos possibilitar testemunhar o amor pela Eucaristia até o martírio. O zelo demonstrado, o cuidado pelo Senhor, o amor eucarístico, talvez tenha sido a causa de sua morte. O amor foi maior do que o instinto de sobrevivência: ao tentar resgatar o Santíssimo (provavelmente estaria ele rezando no momento do terremoto), perdeu ele a sua vida. O seu corpo foi cuidado por Aquele de quem ele cuidou e por quem ele deu a sua vida.

Sou apaixonado pela Eucaristia. Ontem mesmo participava da segunda noite da Tenda do Senhor, onde Jesus Eucarístico era adorado em plena Avenida Rio Grande, na praia do Cassino. Tive a oportunidade de dar essa notícia e de falar da necessidade de sermos adoradores de Jesus na Eucaristia. Se, por um lado, vejo na nossa juventude, muitos sinais de pecado e de morte, por outro lado, percebo em muitos outros sinais de verdadeiro amor por Jesus Eucarístico e grande adoradores.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

"prá levarmos ao mundo a alegria e a viva mensagem do Salvador..."

Hoje a Igreja celebra São Vicente, Mártir. Também celebra a memória de São Vicente Pallotti, fundador da Sociedade do Apostolado Católico. Eu morei e estudei com os Palotinos, nos anos de 1985/86, para cursar a Filosofia no Colégio Máximo Palotino, em Santa Maria. Tenho até hoje boas recordações dos tempos de lá e grande carinho pelos Palotinos e sempre faço questão de, neste dia, celebrar a memória de São Vicente Pallotti. Agora, pela manhã eu me recordava, com carinho e saudades, de uma música belíssima, que cantávamos naqueles anos:
"Somos um grupo de almas vibrantes que a todo instante procura o amor. Caminhando, buscando o destino de ser palotinos com Nosso Senhor. Prá levarmos ao mundo a alegria e a viva mensagem do Salvador. que a Igreja seja com Maria um só Rebanho e um só Pastor. Venham todos cantar numa só voz, a alegria que está no coração de todos nós!"
Alma vibrante... esse termo deu muito pano prá manga em minha meditação esta manhã. Ter alma vibrante é o segredo para exercer o ministério presbiteral. Vibrar com o Reino, com as coisas do Reino, com os valores do Reino. Se, como Padre, eu for alguém que vibra, serei alguém que contagia com essa vibração, e que faz com que as pessoas e estruturas ao seu redor sejam também contagiadas e vibrantes. Quando eu vejo alguém que Deus me confiou seguindo caminhos distantes daquilo que é cristão, antes mesmo de balançar a cabeça e de dizer: "psss... que lástima...", procuro fazer um bom exame de consciência, para saber se eu estou sendo vibrante com a causa do Reino e estou entusiasmando os outros pela paixão para com as coisas de Deus. Aí, então, em vez de condenar, como fez o filho mais velho da parábola aquela, vou conduzindo, pela alegria e pelo entusiasmo, de volta aos braços do Pai.
Vicente Pallotti é o mais ardoroso defensor da idéia do Apostolado Católico, que envolva todos os fiéis batizados. Suas idéias anteciparam em mais de um século os ensinamentos do Concílio Vaticano II, especialmente da Lumen Gentium. Espero conseguir transmitir aos meus paroquianos os valores revolucionários do Concílio, visando uma maior e mais efetiva participação de todos os católicos na vida e ministério da nossa Igreja local.

Insônia...


Eis uma coisa que não me acontecia há tempos: acordar de madrugada e perder o sono. Nem posso chamar isto de insônia, pois na verdade fui para a cama cansado às 21h30min. Portanto, foram cinco horas de um bom sono. Aprendi há anos que o acordar de madrugada pode ser um chamado de Deus para rezar um pouco mais, por alguma intenção especial. Depois de preparar um bom chimarrão, vou à Igreja colocar-me à disposição do que Deus quer.

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O informativo "Sou bonfa" está quase pronto. Já temos praticamente todos os patrocinadores e a logomarca, feita pelo Braian Schwarz, de Santa Maria, ficou excelente. Entretanto, ficou uma dúvida, já solucionada: qual seria a grafia correta do nome da Paróquia? Bonfim ou Bom Fim? Após consultas a antigos paroquianos, descobriu-se que o correto é "Bom Fim", com "m" e separado. Já contatei o Braian para corrigir a grafia. Talvez no jornal de fevereiro ainda saia "Bonfim", mas logo, logo, aparecerá da forma correta. Esta logo será utilizada para o Informativo, bem como para a confecção de camisetas e adesivos para carro...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O escafandro e a borboleta

Ontem assistimos aqui em casa o filme "O escafandro e a borboleta", sobre um editor de uma famosa revista francesa, de 42 anos, que fica totalmente paralisado, após um terrível AVC, comunicando-se somente por um olho. Ele, mesmo nessa situação, consegue escrever um livro. Não curto muito ver esse tipo de situação e prefiro filmes leves, de preferência comédias. Mas, a incrível lição de vida desse homem nos ajuda a refletir sobre muitas coisas que preferimos ignorar.
A primeira delas consiste em percebermos a finitude humana. Podemos ter tudo: dinheiro, poder, saúde, beleza, status, mas de repente tudo pode ruir e ficarmos reduzidos a praticamente nada. Certa vez um jovem me disse que, se um dia, ficasse doente e impossibilitado de continuar a ter uma vida "normal", ele se mataria. Esta chocante reflexão dele me fez perceber que não estamos preparados para a cruz e a dor. Dor sem cruz é desespero sem sentido.
A segunda reflexão é sobre ter projetos de vida que se adaptem às circunstâncias em que vivemos. O personagem do filme conseguiu superar sua terrível situação através de um ideal que o fez ter forças para continuar vivendo. Tanto é que morreu apenas uma semana após a publicação do seu livro.
A terceira reflexão é sobre o atendimento aos enfermos, para mim uma dificuldade tremenda. Amar os doentes é amar Jesus abandonado e sofredor.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Três considerações

Hoje oficiei mais um casamento no Bonfa. Um casalzinho simpático, que conheci na cerimônia. É claro que a cerimônia religiosa iniciou com quase quarenta minutos de atraso, mas tenho aprendido a ter paciência com essa tradição idiota, que fazem tanto questão de conservar. Uma das tentações que nós, padres, temos numa situação dessas é a de oficiar a cerimônia de modo desleixado e rápido, para compensar o atraso. Nesses dezenove anos de ministério tenho conseguido vencer essa tentação, por entender que para eles, talvez, seja a única oportunidade de se casar (pelo menos é o que se espera... que dure "até que a morte os separe..."). Portanto, mesmo sem maior consciência daquilo que estão fazendo, eles merecem uma cerimônia bonita, digna e inesquecível. Eu jamais perdoaria o meu bispo se ele tivesse me ordenado Padre numa cerimônia de três minutos: portanto, não tenho o direito de oficiar um casamento em apenas três ou quatro minutos...

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Hoje fui no Hospital visitar e levar os últimos Sacramentos da Igreja a uma senhora que foi minha professora de geografia, no Instituto Juvenal Miller, há mais de trinta anos. Sempre tive muito carinho pela Professora Luíza (embora não a visse há muitos anos...), que, talvez a essas horas, já tenha partido para a Casa do Pai. É interessante como me sinto quando encontro hoje pessoas que foram importantes na minha infância. A sensação que me dá é a de que volto a ser criança e que ainda estou brincando de padre, como fazia quando era pequeno e "rezava" missa com bolachinha Maria como hóstia e Chá mate, no lugar do vinho. Quando cheguei no quarto dela, no Hospital, chamei-a naturalmente de "professora", e ela me reconheceu! Foi um momento muito bonito. Desde já ela está nas minhas orações.
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Agora á noite, um casalzinho amigo (Serginho e Tati) estiveram aqui, para uma sessão de pizza e filme (o filme era 2012). Tenho tido muita alegria em conviver com casais novos e famílias. Esse tem sido um novo filão no meu ministério.


sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O ministério com os jovens daqui

Ontem tive o meu primeiro contato com um dos Grupos de Jovens daqui. A gurizada do "Missão Jovem" esteve reunida aqui em casa, por não terem a chave do salão e eu não encontrar a minha. Como diria Dom Bosco, "eu me sinto bem no meio dos jovens". De fato, acredito que aqui vai se repetir a mesma proximidade com os jovens que eu tinha na São José Operário, onde a minha casa era também casa deles e eles se sentiam felizes lá. Aqui percebo a mesma coisa, o que me deixa profundamente feliz. Aliás, a casa paroquial vai, aos poucos, se tornando uma referência para toda a comunidade eclesial, onde as pessoas se sentem acolhidas e amadas. Isto aumenta o nível de auto-estima da Paróquia, que aprende a ver no seu pároco o pastor e amigo, que a todos acolhe e ouve com carinho e amizade. Sempre fiz questão de morar na Paróquia onde atendo, para que o povo saiba onde me encontrar a qualquer hora do dia ou da noite, afinal, sou padre 24 horas por dia e não apenas durante o expediente. Quando a gente procura ser assim, aumenta o zelo pastoral e a vivência do sacerdócio, dando maior satisfação e alegria naquilo que se faz. Posso dizer que sou feliz sendo padre e devo isso muito à convivência com aqueles pelos quais sou responsável como pastor e amigo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A arte de viver para os outros

Viver para os outros é uma arte. Mais do que isso: uma vocação, que dá sentido pleno à uma vida. Ontem, no Haiti, faleceu a Dra. Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, vítima do terrível terremoto que atingiu aquele pobre país. Ela havia feito uma palestra em uma igreja local, quando aconteceu a tragédia.
Recordar uma pessoa, como Dra. Zilda, nos leva a meditar profundamente sobre a nossa vivência cristã. Acostumados ao egoísmo, podemos acabar perdendo nossa capacidade de alteridade, de abertura ao outro, vivendo encasulados dentro de nós mesmos, ao redor de nossos probleminhas e de nossas mesquinharias. Olhamos para nós mesmos como se o nosso umbigo fosse o centro do mundo, nos esquecendo das dores e dos sofrimentos dos outros, que, às vezes, são infinitamente maiores do que as nossas pequenas dores cotidianas.
Uma Paróquia precisa ser comunidade aberta aos outros, especialmente aos mais pobres e sofredores. Quando nos dedicamos ao outro, nossos problemas se resolvem por si mesmos e encontramos mais felicidade e realização, fazendo nossa vida valer a pena.
Que o exemplo da Dra. Zilda Arns e de tantas mulheres que atuam mundo afora na Pastoral da Criança nos ajude a ser uma Igreja profética e samaritana, sinal do Reino de Deus.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

"Quem não se comunica, se trumbica..." (Chacrinha)

"Quem não se comunica, se trumbica", já dizia o velho Chacrinha. Está em fase de formatação o Jornal "Sou Bonfa", informativo da Paróquia do Bom Fim. Num primeiro momento eu mesmo vou elaborá-lo, de forma que ele realmente saia, tornando-se, assim, um elemento de comunicação e de informação para os nossos paroquianos. Com o tempo, torna-se necessário que haja uma equipe que se responsabilize pela elaboração do informativo. Eu me lembro que, durante boa parte do meu ministério na Paróquia de São José Operário tentamos elaborar um jornal, mas sempre esbarrava em um problema crônico: ninguém queria assumir a responsabilidade e então empurrávamos com a barriga. Consequência: nunca saiu jornal algum. Como o informativo "Sou Bonfa" vai atender as duas comunidades da Paróquia, não vai ficar pesado demais para ninguém: ao todo, terá o custo de R$ 220,00, ou seja, R$ 110,00 para cada comunidade. Dez patrocinadores a R$ 22,00 darão conta do recado. Alguém se habilita????
Estamos a poucos dias do "Mutirão de Comunicação", em Porto Alegre. Nosso Informativo vai na direção da necessidade de utilizarmos todos os recursos de mídia e de comunicação para evangelizar. "O mundo anda depressa e nós não podemos parar" (Scalabrinni).

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Considerações do segundo findi aqui...

Coemça hoje um novo Tempo Litúrgico: o Tempo Comum. Pode-se ter a errônea impressão de que este tempo não tem nada em especial para ser celebrado - diferente dos demais tempos, como o Advento/Natal e Quaresma/Páscoa. Pelo contrário, o Tempo Comum é o tempo do seguimento de Jesus, por excelência, o tempo do Discipulado. Pelo Batismo, somos todos discípulos de Jesus e convocados a permanecer com ele e aprender dele o mistério da presença do Reino de Deus no mundo. Ao aprender com Ele o mistério do Reino, tornamo-nos também sinais deste Reino, através do nosso testemunho de vida e de santidade.
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Ontem foi o meu segundo final de semana aqui no Bom Fim. Estou convencido de que é mito a história de que Rio Grande morre no verão, pois "todo mundo vai para o Cassino". Em todas as Missas tivemos casa cheia neste sábado e domingo. Se uma significativa porcentagem de nossa população vai veranear, não significa que todos estejam na beira da praia; pelo contrário: muitos preferem ficar em suas casas descansando durante o verão. É claro que as atividades paroquiais diminuem consideravelmente, mas isso não deve nos acomodar de tal modo que as nossas Paróquias parem totalmente nesta estação.
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Muita gente da São José Operário está vindo participar das Missas dominicais aqui no Bom Fim. Eu fico dividido: por um lado, é bom saber que a gente é amado por aqueles que fizeram parte da nossa vida por um longo período de tempo. Porém, por outro lado, seria essencial que eles continuassem lá, atuando na comunidade deles, dando total apoio ao novo Pároco. Esse tipo de coisa acaba sendo constrangedor para mim, uma vez que acaba dando a impressão de que nesses quase sete anos de Paróquia fiz com que as pessoas ficassem ligadas a mim e não ao Senhor. Devemos ser discípulos de Jesus e não do padre fulano ou beltrano...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Falar de Deus ao povo e do povo a Deus

O padre tem inúmeras missões e tarefas na sua vida ministerial. Quando atua como pároco, tem os cuidados pastorais da sua Paróquia como responsabilidade primordial: o anúncio da Palavra de Deus, a adminsitração dos Sacramentos e a formação e a animação evangelizadora do povo que lhe é confiado. Isso ocupa boa parte do seu tempo e das suas energias. Porém, o padre não deve ser apenas o "empresário" ou o "gerente" de uma empresa de serviços religiosos. Isso restringiria por demais a sua vocação e missão. Se por um lado, o padre é aquele que, pelo seu ministério fala de Deus para as pessoas, por outro lado é aquele que fala das pessoas para Deus, ou seja, é o intercessor por excelência das situações difíceis que o seu povo passa diante de Deus, seja pela sua oração, seja pela oferta de sua vida. Um bom tempo a cada dia diante de Deus é tarefa de todo e qualquer presbítero, para rezar pelas necessidades do mundo, da igreja e dos fiéis que lhes são confiados. Quando não faz isso por negligência ou preguiça, comete pecado grave e não cumpre com o seu papel, não sendo fiel à sua vocação. Padre que não reza a Liturgia das Horas pelas necessidades dos seus paroquianos deveria devolver a sua côngrua (salário) à paróquia, por não estar cumprindo com a sua missão, pois rezar faz parte do seu trabalho.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Despedida da São José Operário

Ontem celebrei a Missa de despedida da Paróquia de São José Operário. Se por um lado todos estávamos felizes pela celebração dos meus dezenove anos de Ordenação Presbiteral, havia um gosto amargo na boca de cada um de nós. Após quase sete anos, eu estava deixando uma Paróquia que me deu muitas alegrias, onde convivi com muita gente que aprendi a amar e a querer bem. Termino o meu "mandato" lá com a sensação de dever cumprido e de que realmente valeu a pena. Imagino os sentimentos que devem passar pelo coração do Padre Décio, ao deixar o Bom Fim, após quase trinta e quatro anos aqui. Sair de uma Paróquia exige do Padre um despojamento muito grande, o que às vezes pode ser doloroso. Se a minha admiração por ele já era grande, cresceu ainda mais agora, com esse exemplo de despojamento que ele está dando.
Ontem tive o meu primeiro contato com as principais lideranças daqui. A acolhida deles está sendo maravilhosa. Tratamos, principalmente, das questões litúrgicas e sacramentais. Confirmei todos em suas funções, assim como reafirmei que qualquer mudança na vida da Paróquia depende do diálogo entre todos nós. Uma mudança que eu queria fazer, mas apenas para mais adiante, eles pediram e vamos fazer em março: as Missas de terças a sextas passará a ser celebrada às 18h30min. É um horário alternativo e intermediário para aqueles que estudam e trabalham à tarde, para quem a Missa às 18h fica sendo muito cedo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

19 anos de Ordenação Presbiteral

Celebro, hoje, 19 anos de Ordenação Presbiteral. Pude, em alguns momentos à sós com o Senhor, louvar e agradecer tamanhas bênçãos recebidas, sem mérito algum de minha parte, durante este tempo, que já é longo, embora sempre pareça que foi ontem. lembrei de cada comunidade, cada Paróquia por onde passei, momentos bonitos e também momentos difíceis. Porém, em todos os momentos, Deus sempre esteve presente me educando na fé e me ensinando o caminho da fidelidade e do amor. Hoje, 19 anos passados, posso reafirmar o meu SIM dado a Deus e à Igreja naquele dia, e posso confirmar o quão feliz eu sou como Padre e como vale a pena viver o meu sacerdócio com renovado ardor e dedicação. Quero agradecer a todas as pessoas que, de uma maneira ou outra, contribuíram para o êxito do meu ministério.
Hoje encerro, com chave de ouro, o meu ministério à frente da Paróquia de São José Operário. Foram anos de grande crescimento, tanto para mim quanto para as comunidades daquela Paróquia. Guardarei aquele povo maravilhoso sempre no meu coração enas minhas preces.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Paróquia: centro de espiritualidade e de missão

Uma das características de uma Paróquia como a do Bom Fim, até mesmo por causa de sua localização geográfica, é o fato de ser um local de intensa procura para pessoas que necessitam de atendimento eclesial. Nesses poucos dias aqui tenho sido continuamente visitado e procurado pelo mais diferente tipo de pessoas, com as mais diferentes necessidades, coisa que antes não acontecia, pelo fato de a Paróquia de São José Operário estar localizada num local meio escondido, no meio do bairro. A Assembleia Diocesana de novembro último definiu que "as Paróquias devem se tornar cada vez mais centros de espiritualidade e de missão". Esta é a realidade que desejo implementar cada vez mais: fazer do Bom Fim um centro de espiritualidade e de missão, ou seja, referência para as pessoas que desejam rezar, a fim de que encontrem aqui um ambiente que os leve à oração e ao encontro com Deus. Ao mesmo tempo, procurarei me empenhar em ficar à disposição das pessoas que desejem buscar o Sacramento da Reconciliação e orientação espiritual.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Primeiro findi no Bonfa

O primeiro final de semana na nova Paróquia foi extremamente proveitoso. Celebramos a Solenidade da Epifania do Senhor, ou seja, a sua manifestação ao mundo, nas pessoas dos Magos que vieram do oriente para adorar o Deus Menino. Em todas as Missas tivemos casa cheia. No sábado celebramos o Casamento do Thiago e Manu, jovens ligados ao Enjo e ao grupo SJC. Uma garotada bonita invadiu o Bonfa para essa cerimônia.
Na terçafeira será o meu "bota-fora" da São José Operário, na celebração dos meus 19 anos de Ordenação Presbiteral.
Para pensar:
"Somos Epifania de Deus para as pessoas que passam por nossas vidas?"

sábado, 2 de janeiro de 2010

SOU BONFA!!!!!!

Assumi, ontem, a missão de pastorear a Paróquia de Nosso Senhor do Bom Fim, com a Comunidade de Nossa Senhora dos Navegantes. Há apenas alguns meses atrás nem me passava pela cabeça a possibilidade de um dia vir para cá. Estava bem lá na São José Operário, embora eu já tivesse dito ao Bispo que poderia me transferir para onde fosse mais necessário: pensava, talvez, num retorno á Santa Vitória do Palmar ou quem sabe alguma Paróquia na periferia do Rio Grande. Para mim, o Bom Fim era algo inimaginável, uma vez que nem se cogitava a saída do Padre Décio daqui, pároco há mais de trinta anos. Quando o Bispo propôs minha possível vinda para cá, foi uma surpresa, e posso dizer, uma imensa e feliz surpresa. Desde então passei a amar este povo e a rezar por ele. Não conheço quase ninguém, mas a acolhida que tenho recebido é algo maravilhoso. A transição, feita de modo sereno, sob a batuta do Padre Décio, grande amigo e modelo, se deu tranquila, e pretendo continuar de onde está, para que haja uma continuidade entre o trabalho do pároco anterior e o meu.
Quais os meus propósitos, especialmente nesses momentos iniciais aqui? Ser pastor, firme, porém afável. Ser amigo, ser presente na vida das pessoas e comunidades. Fazer crescer a auto-estima dentro dessa Paróquia, para que eles se sintam amados pelo Padre que a Igreja lhes deu. Agora, sim, SOU BONFA!!!! Quero vestir essa camiseta, quero ser parte do bonfa, para que esta se torne uma Paróquia de ponta, onde Jesus seja conhecido e amado, onde a vida comunitária seja a grande tônica e as pessoas possam se sentir em casa. É muito trabalho, mas, com certeza, lograremos êxito, com a Graça de Deus e o auxílio de todos os nossos paroquianos.
Agora pretendo manter o Bog atualizado, seja com informações, seja com reflexões sobre o pastoreio que me é confiado aqui no bonfa!
A todos, desejo um abençoado 2010!